Mesmo falando tanto sobre o assunto, a desinformação do movimento Antivacinas, vem crescendo cada vez mais.
Enquanto está “apenas” nas redes sociais, é um determinado tipo de impacto, agora, quando isso atinge o mundo real, é muito mais alarmante.
Quando falamos de vacinas, tendemos a falar sobre o impacto clínico de recusá-las, o perigo potencialmente mortal que as doenças evitáveis por vacinação representam para os não vacinados ou imunocomprometidos quando a imunidade de rebanho se desfaz.
Toda doença grave e morte é uma tragédia individual, mas o custo da hesitação vacinal também impõe um pedágio público compartilhado.
Nos Estados Unidos, atualmente vive com um surto de sarampo no estado de Washington, em janeiro haviam sido registrado 26 casos e atualmente o número triplicou para 74.
Para descobrir quem poderia ter sido colocado em risco, o departamento de saúde do estado entrevistou 4.652 pessoas e acompanhou de perto 812 delas.
Ele transferiu funcionários de todas as divisões, emprestou funcionários de saúde pública de outros estados, enviou pessoas que normalmente estariam em carteiras, realizou centenas de testes de laboratório que normalmente não seriam necessários. Até agora, gastou US $ 1,6 milhão.
“É extremamente frustrante“, diz John Wiesman, epidemiologista e secretário estadual de saúde. “Conhecer o custo financeiro disso, mas também conhecer todo o trabalho que não está sendo feito.”
Na cobertura dos perigos da vacinação, o custo não é discutido muito. Mas não é incomum para um surto de doenças evitáveis acumular uma conta tão alta quanto a de Washington.
Números alarmantes
Apenas para se ter uma ideia, pesquisadores dos Estados Unidos, estimaram que o tratamento de 107 casos de sarampo ocorridos em 2011 custou aos departamentos de saúde estaduais e locais entre US$ 2,7 milhões e US$ 5,3 milhões.
Em 2014, 42 pessoas tiveram a doença depois de passar pela Disneylândia – sim destaquei pelo motivo da quantidade de brasileiros que vão pra lá – ao mesmo tempo que uma pessoa não identificada com sarampo – e posteriormente infectaram 90 pessoas na Califórnia, 14 em outros estados e outras 159 no Canadá.
O custo de controlar o surto, apenas na Califórnia, totalizou quase US $ 4 milhões. E em 2017, um surto de sarampo de cinco meses em Minnesota infectou 79 pessoas e custou ao estado US $ 2,3 milhões.
E não é simplesmente o custo de medicamento para população, os custos gastos com profissionais da área, transporte, pesquisa e desenvolvimento, propaganda para alertas, e muito mais.
A Organização Mundial de Saúde, divulgou um relatório dizendo que este movimento Antivacina é considerado uma das 10 maiores ameaças a saúde de 2019.
E quem paga por tudo isso? O contribuinte, claro, são gastos do governo para sanar o problema público.
Ah, mas por quê um site de tecnologia como Dica App do Dia, tem que falar sobre este assunto?
Justamente por conta da tecnologia, principalmente de pessoas que usam o Facebook e Instagram, que isso tem crescido de forma alarmante.
Ah, mas esta campanha antivacina não tem no Brasil!
Tem sim, desde 2014 vem crescendo o número de adeptos brasileiros a favor do movimento antivacinas
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) vê como “irresponsável” essa decisão de não dar as doses às crianças, segundo um de seus membros, o infectologista e pediatra Arondo Prohmann de Carvalho.
“Orientados de maneira errônea, esses pais põem em risco não apenas a própria criança, mas toda a população“, diz, lembrando que mesmo doenças consideradas simples, como catapora e sarampo, podem ter consequências graves em crianças que já sofrem com problemas como doenças pulmonares.
E quem vai pagar a conta desta fake news ?
Esses custos estão sendo pagos pelos governos estaduais e por órgãos federais que concedem subsídios aos estados e emprestam pessoal a eles.
Os orçamentos estaduais e federais são dinheiro público – o que significa que as contas necessárias para surtos desnecessários estão sendo pagas por todos nós.
O custo da doença pode ser confinado aos indivíduos, mas o custo de responder a surtos relacionados à recusa da vacina é uma lei que todos nós estamos sendo obrigados a pagar.
Via Wired
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