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Governo Federal lançou um aplicativo TrateCOV que indicava remédios sem eficácia contra COVID-19 e após críticas de médicos e demais profissionais da saúde o Ministério da Saúde retirou app do ar.

Na Quarta-Feira o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) entrou com uma ação na Justiça pedindo o retiramento do aplicativo “TrateCOV” do Ministério da Saúde.

O site falando sobre o aplicativo TrateCOV ainda se encontra ativo e na matéria, Manaus foi escolhida para estrear a plataforma.

“Diante do cenário epidemiológico atual, a capital do Amazonas foi escolhida para estrear o TrateCOV. A prefeitura de Manaus, com apoio do Governo do Amazonas, está em processo de exportação do cadastro dos médicos para a plataforma. Até o momento, 342 profissionais já foram habilitados. Além disso, serão instaladas tendas ao lado dos postos de saúde em Manaus, onde profissionais serão capacitados para utilizar a ferramenta e atender rapidamente aos pacientes que chegam às unidades com sintomas de Covid-19.Assim que terminar o processo de cadastro e capacitação, o TrateCOV entrará em ação para auxiliar os médicos de todas as unidades de saúde do município. Depois desta experiência, o aplicativo poderá ser ampliado para outras regiões do País.”

Reação da Comunidade Médica

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou nesta quinta-feira (21) nota em que informa ter alertado o Ministério da Saúde sobre inconsistências identificadas no aplicativo TrateCOV, recém lançado para auxiliar as equipes na coleta de sintomas e sinais de pacientes possivelmente infectados pela covid-19. No documento, a autarquia informa que pediu ao Ministério da Saúde a retirada imediata do ar do aplicativo.

Nota na integra você confere aqui ou no texto abaixo

“Após análise feita por conselheiros e assessores técnicos e jurídicos sobre o aplicativo TrateCov, recém lançado para auxiliar as equipes na coleta de sintomas e sinais de pacientes possivelmente infectados pela covid-19, o Conselho Federal de Medicina (CFM) alertou ao Ministério da Saúde sobre as seguintes inconsistências na ferramenta:

  • Não preserva adequadamente o sigilo das informações;
  • Permite seu preenchimento por profissionais não médicos;
  • Assegura a validação científica a drogas que não contam com esse reconhecimento internacional;
  • Induz à automedicação e à interferência na autonomia dos médicos;
  • Não deixa claro, em nenhum momento, a finalidade do uso dos dados preenchidos pelos médicos assistentes.

Diante do exposto, o CFM pediu ao Ministério da Saúde a retirada imediata do ar do aplicativo TrateCov.

O Aplicativo TrateCov lançado pelo próprio Ministério da Saúde receitava antibióticos, cloroquina, ivermectina e outros medicamentos sem eficácia comprovada contra COVID-19.

A Associação Médica Brasileira e da Sociedade Brasileira de Infectologia em trecho em nota sobre o caso diz o seguinte:

As melhores evidências científicas demonstram que nenhuma medicação tem eficácia na prevenção ou no “tratamento precoce” para a COVID-19 até o presente momento. Pesquisas clínicas com medicações antigas indicadas para outras doenças e novos medicamentos estão em curso. Atualmente, as principais sociedades médicas e organismos internacionais de saúde pública não recomendam o tratamento preventivo ou precoce com medicamentos, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), entidade reguladora vinculada ao Ministério da Saúde do Brasil.”

Reação da Comunidade dos Profissionais de Tecnologia

Segundo relatos de jornalistas e profissionais da área de tecnologia trechos dentro do Código-Fonte do App TrateCov é possível encontrar indicações e posologia dos seguintes medicamentos

  • Ivermectina
  • Cloroquina
  • Hidroxicloroquina
  • Azitromicina
  • Sulfato de zinco
  • Doxiciclina
  • Zinco
  • Dexametasona

Uma imagem postada na própria plataforma do Twitter mostra mais sobre isso:

Programação para indicação de medicamento após usuário realizar o teste dentro do aplicativo. Imagem Daniel Marcelino – Via Twitter

No Twitter a plataforma criou um alerta na publicação da Conta do Ministério da Saúde indicando “publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais”

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