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Os jogos eletrônicos sempre foram associados aos videogames, ou então aos computadores voltados para esse nicho. Entretanto, se olharmos para os últimos 10 anos, vamos descobrir que os smartphones são os principais responsáveis pelo mercado dos games ser um dos maiores do entretenimento digital no Brasil. Algumas pesquisas mais recentes mostram que o aparelho é o favorito entre os brasileiros para passar o tempo jogando, inclusive entre os fãs de eSports.

Esses dados estão disponíveis na Pesquisa Game Brasil (PGB), um relatório anual que acompanha todas as tendências e comportamentos do mercado que faturou cerca de US$ 2 bilhões em 2021. Os números mostram que 41,6% dos gamers estão nos smartphones, enquanto apenas 25,8% estão nos consoles. Ou seja, os dispositivos móveis lideram com alguma folga, e podem ser colocados como referência no assunto. Os computadores e laptops, que também são usados para jogar, possuem apenas 18,3% da preferência do público brasileiro.

Alguns especialistas ajudam a entender isso, como mostra a reportagem da Betway, site especializado em eSports bets. Guilherme Camargo, antigo diretor de marketing da Microsoft Brasil, explica que os jogos mobile fizeram a indústria rever muitos conceitos com a venda de games. A ideia de produtos descartáveis para varejo acabou, e os desenvolvedores começaram a trabalhar em um modelo que atraia o consumidor para mantê-lo por perto o máximo de tempo possível.

Para entender melhor isso basta ver alguns dos jogos mais populares para smartphones. É o caso, por exemplo, de Candy Crush Saga e Subway Surfers. Os dois são 100% gratuitos para download, seja na Apple Store ou na Play Store, e cobram apenas por itens, funções extras e algumas vantagens durante o jogo. Assim, o usuário pode se divertir sem qualquer gasto. A ideia principal é manter o jogador ativo pelo máximo de tempo possível, seja para gastar com microtransações ou gerando receita assistindo propagandas veiculadas no próprio app.

Fim do mercado paralelo

Outro aspecto importante, como mostra a reportagem feita pelo blog Betway Insider, é como os jogos mobile ajudaram a acabar com o mercado paralelo dos games. Hugo Haddad, diretor da série Paralelos, explica que a ascensão do mercado mobile e gratuito surgiu como uma resposta ao problema enfrentado pelos desenvolvedores. Foi descoberta uma maneira diferente de ganhar dinheiro, e a ideia de vender jogos no varejo acabou perdendo espaço para uma oferta de serviço.

Esse movimento praticamente acabou com o mercado paralelo no mundo dos games, que teve sempre como principal ferramenta um custo menor. Os mobiles funcionam de maneira gratuita, e só paga quem deseja ter uma experiência mais completa ou mais vantajosa com esses jogos. Assim, a ideia de serviço ganhou espaço e o lado 100% varejista dos jogos eletrônicos acabou. Isso ajudou a consolidar esse mercado bilionário que não para de crescer no Brasil.

Haddad mostra que as empresas desenvolvedoras encontraram uma forma de lucrar sem vender jogos, algo que parecia impossível. Uma ideia que se expandiu para fora dos jogos mobile, e o melhor exemplo é com Valorant, lançado em 2020 de forma gratuita e um sucesso absoluto entre os fãs. A expectativa é que o mercado dos games continue evoluindo neste caminho, o que é positivo para todos os brasileiros.

Espaço nos eSports

Até mesmo as competições profissionais de eSports foram influenciadas por essa ideia criada pelos jogos mobile. O popular Free Fire, por exemplo, dominou o cenário brasileiro dessas competições e não tem nenhum custo para quem deseja começar a jogar nos smartphones. O tradicional CS:GO seguiu pelo mesmo caminho, e atualmente não custa nada para quem sonha em se tornar profissional em um dos jogos mais populares no Brasil de eSports.

Os smartphones transformaram o mundo em diferentes setores, e os games não ficam de fora disso. Seja com opiniões de especialistas, ou até mesmo com os dados divulgados pela PGB, é impossível não ver a forte influência do mundo mobile nos jogos eletrônicos. Algo que antes era descartável, com games que duravam no máximo 30 horas de diversão, atualmente é um serviço que pode ser aproveitado por um tempo quase indefinido. Jogos como Candy Crush Saga e Free Fire estão aí para comprovar isso.

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