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Algumas pesquisas vêm demonstrando que o trabalho híbrido se consolida como o modelo preferido – tanto de empresas quanto de funcionários – no pós-pandemia. O modelo híbrido também é aliado da produtividade e bem-estar, mas algumas empresas ainda têm dúvidas sobre qual seria o período ideal para se estar presencialmente na empresa ou fora dela. Para responder a essa dúvida, estudo da Harvard Business School mostrou que apenas um dia ou dois por semana no escritório são suficientes para promover a interação entre equipes, garantir a produtividade que a empresa precisa e a flexibilidade que muitos profissionais almejam. 

O estudo, realizado durante o verão de 2020 e divulgado em março passado, foi realizado com mais de 100 participantes, que foram divididos em três grupos em um experimento que durou nove semanas. Nesse período, um grupo gastou menos de 25% dos dias de trabalho no escritório, outro gastou mais de 40% do tempo e um terceiro ficou no modo intermediário e gastou o equivalente a um ou dois dias por semana na sede da empresa.

Esse grupo intermediário, conforme constataram os pesquisadores, foi o que apresentou os trabalhos mais originais e, segundo seus gestores, de qualidade superior ao trabalho apresentado pelos demais grupos. Essa vantagem indicada no estudo da Harvard Business School se soma a outras vantagens que esse modelo de trabalho vem garantindo às empresas que passaram a adotá-lo.

Com experiência em liderança de equipes, a consultora de projetos Flávia Araújo acrescenta mais uma vantagem proporcionada pelo modelo de trabalho híbrido impulsionado pela pandemia da Covid-19: a possibilidade de treinar equipes de diferentes sedes, até mesmo de diferentes países, ao mesmo tempo, proporcionando intercâmbio cultural entre os funcionários.

“Antes da pandemia, executar treinamentos com multinacionalidades era uma prática inviável, pois impactava diretamente nos custos da empresa, mas agora já faz parte da nova realidade proporcionar essa interação fazendo com que haja indiretamente um desenvolvimento cultural para os colaboradores”, explica.

Segundo ela, a possibilidade de entrar em contato com outras culturas, ainda que de forma virtual, tem animado as equipes. “O avanço das reuniões e treinamentos on-line também seguiram este avanço, nos permitiu oferecer aos nossos colaboradores a oportunidade de interagir com pessoas do mundo inteiro, mesmo em home office. Esta prática lhes motiva, além de trabalhar com alguns soft skills importantes para o profissional do futuro: empatia, flexibilidade, comunicação e trabalho em equipe”, ressalta. 

O modelo híbrido de trabalho veio para ficar?

Segundo as apostas da consultoria global de Recursos Humanos Robert Half, o modelo continuará sendo aperfeiçoado e cada vez mais profissionais rejeitam a ideia de trabalhar somente no escritório. Segundo levantamento feito pela consultoria, 63% dos entrevistados afirmaram preferir o modelo híbrido e, para 38% deles, caso a empresa não ofereça ao menos uma opção parcialmente remota, procurariam um novo emprego.

Essa tendência é confirmada em pesquisa realizada pela Microsoft em 31 países. De 31 mil pessoas entrevistadas em vários países, 52% disseram estar propensas a considerar a transição para o modelo híbrido de trabalho ainda em 2022. Somente no Brasil, o percentual foi de 58% dos trabalhadores considerando essa transição.

A consultora de projetos Flávia Araújo também acredita que a volta total ao modelo presencial não é uma realidade. “A prática dos escritórios híbridos sem dúvida é um modelo que veio para ficar e a cada dia iremos descobrir mais benefícios deste novo conceito. Grandes corporações mantiveram em suas práticas o escritório híbrido, pois entenderam os ganhos tanto na visão da empresa, mas principalmente para o colaborador, que consegue administrar sua rotina profissional equilibrando com a pessoal, em busca de melhoria na qualidade de vida. Além de ter a possibilidade de estar nos escritórios e recuperar as interações pessoais”, enfatiza.