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De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a partir do Portal da Indústria, o crescimento nos valores de insumos e matérias-primas impactou as indústrias em março, superando a expectativa de 71% das organizações, na média indústria extrativa e de transformação, e de 73% em indústrias da construção civil. O levantamento da CNI contou com 2.216 empresas, sendo 81 de pequeno porte, 825 médias e 510 de grande porte. Em relação àquelas que dependem de insumos importados, um pouco mais da metade das empresas na indústria extrativa e de transformação (58%) e 68% na construção apontam crescimento de preços acima das expectativas.

De acordo com o gerente-executivo de economia da CNI, a pressão nos preços acontece com a invasão russa na Ucrânia, prejudicando as cadeias de suprimento, além das consequências humanitárias, é claro. “O conflito e as sanções impostas à Rússia acentuaram o problema das cadeias de suprimentos, gerando gargalos no fornecimento de insumos e energia, além de barreiras ao sistema de logística internacional. Esse fato provoca atrasos e interrupções no fornecimento de insumos, além da excessiva elevação de preços, como temos visto”, explica.

O crescimento geral dos preços nacionais em cinco setores causou espanto em mais de 80% das organizações. O aumento de valores em insumos importados ficou acima do esperado por 100% das empresas de biocombustíveis, de 94% das indústrias de produtos de borracha, de 75% do setor de impressão e 73% da indústria química.

Emprego, faturamento e horas trabalhadas apresentam queda em abril

Ainda sobre o setor industrial, que abrange os transportadores industriais, por exemplo, segundo a CNI, a partir do Portal da Indústria, houve uma perda de dinamismo no segmento entre os meses de março e abril deste ano, ocorrendo queda no emprego, horas trabalhadas na produção, massa salarial e faturamento real da indústria, o que impactou de forma negativa o desempenho geral.

De acordo com o gerente de análise econômica da CNI, a fragilidade atual da indústria é um reflexo da persistência e agravamento da escassez e custo elevado dos insumos, em conjunto com uma demanda fraca por conta da alta inflação. “São quedas que revertem pequenos ganhos ocorridos no primeiro trimestre. Em um cenário de inflação persistente e juros altos, é difícil prever desempenho muito positivo, sobretudo sustentado, nos próximos meses. A economia brasileira precisa de uma alavanca para atrair investimentos e voltar a crescer, que deveria ser a reforma tributária, mas todos os esforços nesse sentido têm sido frustrados”, afirma.

No que se refere a empregos, houve uma redução de 0,5% em abril ante o mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 1,6%. O faturamento real da indústria de transformação apresentou redução de 0,6% em abril deste ano. Ante abril de 2021, a queda foi de 5,8%. As horas trabalhadas na produção também caíram no mês analisado (2,2%). Em relação ao mês de 2021, a queda foi de 0,2%.