Na obra inédita, o amor é o fio condutor que deve levar o público a momentos de emoção e, principalmente, identificação. Conforme o autor, a dramaturgia idealizada junto com a atriz Daíse Amaral, provoca a recordação de memórias marcantes e leva a plateia a relembrar o que deseja e o que realmente é importante na vida pós-pandemia.
“Meu encontro com a Daíse vem muito nessa intenção de falar sobre amor, sobre as narrativas que construímos ou interrompemos. Falamos de amores, de escolhas, de mortes, como reorganizar a vida com as perdas amorosas e de escolhas da vida. Tenho certeza que o público irá se emocionar”, comenta Clóvys.
No palco, estarão Daíse, Clóvys e Roger Rodrigues. Clóvys aparece na narrativa como um condutor da descoberta de uma nova possibilidade de amar, que envolve os personagens representados por Daíse e Roger. Na energia do feminino, a atriz tenta resgatar as lembranças para ressignificar o amor. Já Roger surge como a energia masculina, que dá o suporte para ela reviver as histórias e prepará-la para o novo momento.
Como se estivessem enferrujados e saltassem para despertar o público à vida e fazê-lo rememorar as histórias, os personagens contam com a magia dos sons, imagens, luzes e músicas para tornar a obra sensorial. Envolvido, o público será provocado a pensar, ouvir e recriar as próprias memórias.
Encarregado pela direção, Fernando Nitsch explica que a peça não tem uma condução linear nem trajetória de realismo, além de não se limitar a um público-alvo em termos de idade. Quem for assistir será abastecido com imagens e poesia e terá a oportunidade de criar a própria narrativa para fechar a história.
“São personagens que estão presos em um limbo atemporal e vão tentando descobrir neles uma nova possibilidade de existir. É uma peça que engloba questões universais, nossos fantasmas em relação aos grandes amores. Do ponto de vista psicanalítico, todo mundo já viveu um grande amor, então, o público é amplo”, avalia Nitsch.
A atriz Daíse, que também é a coordenadora de produção, comenta que a ideia de uma montagem que falasse sobre amor começou a ser construída ainda em 2018. Com a parada dos espetáculos em decorrência da pandemia e os rumos que cada um da equipe tomou, o projeto foi retomado em janeiro de 2022 e marca a volta aos palcos dos atores.
“Na pandemia, com todo momento de parar, refletir, ver o que era o principal para a gente, achamos importante falar sobre amor. No momento de prisão da pandemia, tivemos de buscar nossas memórias. Então, surgiu a vontade de falar sobre o que realmente importa, sobre amor, memórias e passagem do tempo”, comenta Daíse, que reforça o poder de experiência que a peça provocará no público, por não ter uma lógica pré-determinada.
“Saudade É Uma Brecha No Vazio Do Tempo” é apresentada pela DNA Produções Artísticas, com texto de Clóvys Tôrres, direção de Fernando Nitsch e direção musical de Sérvulo Augusto, a peça é uma poesia cênica e terá 12 apresentações, quintas e sextas às 21h até o dia 10 de junho, no Teatro West Plaza, na capital paulista.