A esperada pós-pandemia de Covid-19, a despeito da vacinação em massa no Brasil, ainda não se apresentou de forma plena e o ano de 2022, que se iniciou com grande expectativa para no âmbito da retomada econômica e social, ainda foi abalado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, trazendo ainda mais incertezas. Neste sentido, foi acelerada e consolidada um conjunto de tendências iniciadas durante a atual crise sanitária que tem na digitalização dos negócios seu aspecto mais forte.
A avaliação do advogado Felício Rosa Valarelli, especialista em desenvolvimento empresarial, “o cenário ainda é de cautela, embora exista uma tendência de crescimento, em especial em alguns segmentos mais seriamente atingidos pela pandemia, como turismo e economia criativa”.
Para ele, diante das medidas de isolamento social forçado, no período inicial da pandemia de Covid-19, quando ainda não havia vacinação contra o coronavírus Sars-Cov-2, muitos empresários saíram em busca de soluções para manter as empresas em operação. Dessa maneira, houve quem descobrisse e aproveitasse oportunidades fora do segmento em que atuavam, ao passo que outros apostaram na internet e no delivery.
“Houve um crescimento acelerado da digitalização e do trabalho à distância, ampliando-se a fragmentação do trabalho, abrindo novas oportunidades para microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas”, pontua o advogado.
De olho no segundo semestre de 2022, Valarelli afirma que há um “alerta amarelo” para o cenário econômico, que irá exigir ainda mais atenção de toda a classe empresarial. “O aumento do custo da energia, somado ao crescimento da inflação e à valorização do dólar, com a consequente alta dos juros, cria um ambiente que exige enorme cautela”, afirma.
“Nesse contexto de dúvida, é importante conduzir as empresas de forma conservadora e trabalhar com foco na excelência operacional e na otimização dos custos do negócio, pois a realidade tende a ser bem diversa, com alguns setores sendo favorecidos por condições específicas, como o agronegócio, o turismo e a economia criativa”, complementa.
De acordo com o especialista em desenvolvimento empresarial, são promissoras as previsões para o agronegócio neste ano. “A perspectiva de boa safra, juntamente com a ampliação da cobertura vacinal, nos leva a acreditar na melhora desse segmento. Mas, no quadro geral, convenhamos, a recomendação é de extremo cuidado, para que não se percam os resultados que muitas empresas alcançaram com um alto custo”, pondera.
Vallarelli pontua que o cenário atual deve ser de prudência e cautela. E que pequenas e médias empresas devem “preservar o caixa, observar o cenário e manter os investimentos que deram certo durante a fase mais aguda da pandemia e que trouxeram mais produtividade aos negócios”.
Por fim, o advogado discorre sobre as atividades profissionais desempenhadas por trabalhadores mais velhos: “As atividades voltadas para a população com mais idade têm boas perspectivas, que vêm acompanhadas das mudanças de perfil do consumidor brasileiro. Com o aumento da população idosa, nichos com oportunidades específicas em áreas como saúde e bem-estar, atividades físicas, turismo e serviços em geral, tendem a ter boas oportunidades de expansão e de novos negócios”.
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