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Jobs anunciou o iPhone em 9 de janeiro de 2007 e ele seria lançado em 29 de junho de 2007.

Durante a apresentação da Macworld naquele ano, o fundador da Apple, Steve Jobs disse que a Apple estava prestes a “reinventar o telefone” com o anúncio e o lançamento do iPhone. E desde então ao longo destes 15 anos, está claro que a Apple fez exatamente isso.

O contexto é tudo. No domingo, 7 de janeiro de 2007, Bill Gates deu o discurso de abertura na Consumer Electronics Show em Las Vegas. 

Na chamada “Década Digital” frase da moda, na época era de Bill Gates, CEO da Microsoft, ele falou sobre como um hardware excelente não era suficiente, que precisávamos de experiências conectadas. “Onde as pessoas estão sendo produtivas, fazendo novas coisas criativas, onde elas têm mobilidade … esse é o elemento-chave que está faltando.”

Ele disse que “o Vista e o PC continuam a ter o papel central”, embora também tenha afirmado que o Windows Vista foi “o lançamento da mais alta qualidade que já fizemos”.

Dois dias depois, a cerca de 400 milhas de distância, Steve Jobs apresentou o próprio dispositivo, a experiência que Gates disse que estava faltando. 

Embora Jobs não usasse o termo “era pós-PC” na época, foi isso que o iPhone criou. 

Este era realmente o dispositivo para pessoas produtivas e criativas em movimento e, como um bônus extra, rodava o OS X em vez do Windows Vista.

Como era o iPhone 1

O curioso deste lançamento é que, apesar de o revolucionário:

  • Não foi o primeiro modelo com tela sensível ao toque
  • Não foi o primeiro a possibilitar o download de aplicativos
  • Não foi o primeiro a tocar músicas
  • Não foi o primeiro a fornecer acesso a internet.

As especificações do iPhone original incluíam:

  • Tela sensível ao toque de 3,5 polegadas com resolução de 480 × 320
  • Botão home físico e
  • Uma câmera traseira de 2 MP. 
  • Conector com fone de ouvido
  • Armazenamento de 16GB.
Modelo do primeiro iPhone lançado em 2007 - Imagem - Ilustrativa
Modelo do primeiro iPhone lançado em 2007 – Imagem – Ilustrativa

Nem mesmo o próprio Steve Jobs poderia prever algo tão grandioso e em 74 dias, o produto chegou a marca de 1 milhão de unidades vendidas e em 2021, Tim Cook anuncia a marca de 1 Bilhão de unidades vendidas.

E em 2022 a Apple ultrapassa o valor de mercado e passa a valer US$ 3 Trilhões.

Hoje, o segmento que mostra a aparência dos telefones é uma curiosidade histórica. Mas, na época, isso não era o passado, era o presente e esses telefones de aparência arcaica eram os melhores disponíveis.

Se você não gosta da Apple, se sua preferência pessoal significa que você compra “Android” em vez de “iPhone”, você ainda está se beneficiando dessa palestra hoje. 

Durante as muitas vezes em que a Apple iria posteriormente aos tribunais por causa das semelhanças entre o iOS e o Android, ela apresentaria um gráfico demonstrando sua posição. 

Este é o que ele mostrou quando lutou contra a Samsung.

O antes e depois da Samsung - Esta imagem foi usada pela Apple durante suas idas e vindas nos tribunais por conta de brigas entre Apple e Samsung.
O antes e depois da Samsung – Esta imagem foi usada pela Apple durante suas idas e vindas nos tribunais por conta de brigas entre Apple e Samsung.

A revolucionária e histórica palestra de Steve Jobs sobre o lançamento do iPhone

Em livro bibliográfico, “Steve Jobs” escrito por Walter Isaacson, entre as páginas 491 e 493 são dedicadas exclusivamente sobre o lançamento do iPhone.

(Este que vos escreve recomenda e muito a leitura deste livro).

Segue abaixo na integra:

Quando chegou a hora de lançar o iPhone, Jobs decidiu, como de praxe, dar uma prévia exclusiva a uma revista. Ligou para John Huey, o editor chefe da Time Inc., e começou com seus superlativos típicos. “Esta é a melhor coisa que já fizemos”, disse. Queria dar a exclusiva à Time, “mas não tem ninguém na Time com inteligência suficiente para escrever, e por isso vou passar para outro”. Huey o apresentou a Lev Grossman, colaborador culto e esperto da revista. Em seu artigo, Grossman observou com razão que o iPhone não trazia muitas funcionalidades novas, mas facilitava muito o uso das já existentes. “Isso é importante. Quando nossos aparelhos não funcionam, costumamos pôr a culpa em nós mesmos, achando que somos burros, não lemos o manual ou que nosso dedo é grosso demais… Quando nossos aparelhos quebram, também nos sentimos quebrados. E, quando alguém arruma, nos sentimos um pouco mais inteiros.” Para a apresentação na Macworld em San Francisco, em janeiro de 2007, Jobs convidou Andy Hertzfeld, Bill Atkinson, Steve Wozniak e a equipe do Macintosh 1984, como tinha feito quando lançou o iMac. Numa carreira de apresentações deslumbrantes dos produtos, esta talvez seja a melhor. “De vez em quando aparece um produto revolucionário que muda tudo”, começou Jobs. Ele mencionou dois exemplos anteriores: o Macintosh original, que “mudou toda a indústria de computação”, e o primeiro iPod, que “mudou toda a indústria da música”. Então foi montando o clima para o produto que estava para lançar. “Hoje, estamos apresentando três produtos revolucionários dessa categoria. O primeiro é um iPod de tela larga com controle pelo toque. O segundo é um celular revolucionário. E o terceiro é um aparelho pioneiro de comunicações pela internet.” Ele repetiu a lista para dar ênfase, e então perguntou: “Estão entendendo? Não são três aparelhos separados, é um aparelho só, e ele se chama iPhone”. Quando o iPhone foi colocado à venda cinco meses depois, no fim de junho de 2007, Jobs e a esposa foram a pé até a loja da Apple em Palo Alto, para observar o movimento. Como ele costumava fazer isso no dia em que os novos produtos eram postos no mercado, já havia alguns fãs esperando por ali; eles o saudaram como se Jobs fosse um Moisés indo comprar a Bíblia. Entre os fiéis estavam Hertzfeld e Atkinson. “Bill ficou na fila a noite inteira”, disse Hertzfeld. Jobs acenou com os braços e começou a rir: “Eu mandei um para ele”. Hertzfeld respondeu: “Ele precisa de seis”. O iPhone ganhou imediatamente o apelido de “Jesus Phone” entre os blogueiros. Mas os concorrentes da Apple ressaltaram que, a quinhentos dólares, era caro demais para ter sucesso. “É o celular mais caro do mundo”, disse Steve Ballmer, da Microsoft, numa entrevista à cnbc. “E não atrai a clientela de executivos porque não tem teclado.” Mais uma vez, a Microsoft subestimava o produto de Jobs. No fim de 2010, a Apple tinha vendido 90 milhões de iPhones, e abocanhou mais da metade dos lucros totais gerados no mercado mundial de celulares. “Steve entende o desejo”, disse Alan Kay, o pioneiro do Xerox parc que tinha imaginado um tablet “Dynabook” quarenta anos antes. Kay era bom de profecias, e por isso Jobs lhe perguntou o que ele achava do iPhone. “Faça a tela com 5 por 8 polegadas, e você dominará o mundo”, disse Kay. Ele não sabia que o projeto do iPhone tinha começado justamente com as ideias para um tablet, e algum dia voltaria a ele, materializando — e na verdade ultrapassando — sua visão do Dynabook.

Neste 15º aniversário do anúncio do iPhone é uma ótima desculpa para reviver a palestra original da Macworld 2007.

Relembre a palestra que mudou a história da tecnologia vendo o vídeo abaixo – inglês com legenda.

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