De acordo com dados estimados pelo Mapa do Ensino Superior no Brasil, divulgado em junho deste ano pelo Instituto Semesp, o volume de matrículas em cursos de ensino superior no formato educação a distância da rede privada obteve crescimento de 9,8% em 2021, seguindo a tendência de alta apontada nos últimos anos.
Em contrapartida, as matrículas realizadas em cursos presenciais tiveram queda de 8,9%.
O levantamento do Instituto Semesp leva em consideração o Censo do Ensino Superior 2019 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) do Ministério da Educação (MEC).
As matrículas em cursos de educação a distância mostram um crescimento constante nos últimos anos.
Em 2019, por exemplo, foram feitas 2.450 milhões de matrículas. Desse número, 2.292 milhões foram feitas em instituições de ensino superior particulares. No mesmo ano, 28,5% das matrículas do ensino superior do país estavam na modalidade de ensino a distância.
Em 2018, esse percentual era de 24,3%. Já no ano de 2014, o número de matrículas na educação a distância foi o equivalente a 1.341 milhão, sendo que 1.202 milhão foram feitas também na rede privada.
“As matrículas presenciais têm registrado queda desde 2016. Em 2019, elas caíram 3,8%, com decréscimo mais acentuado ainda na rede privada (5,8%). Apesar da diminuição dos alunos, a rede privada ainda detém a maioria das matrículas nos cursos presenciais (68,8%)”, mostrou o relatório.
Escolaridade líquida
Mesmo com o aumento no número de matrículas, a taxa de escolarização líquida do Brasil (que calcula o total de jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior em relação ao número da população com a mesma faixa etária) permanece parada.
A modalidade de ensino a distância alcança pessoas de faixa etária mais avançada. A taxa, em 2020, era 18%. Já em 2021, permaneceu em 17,8%, ainda afastada da meta colocada pelo Plano Nacional de Educação, que possui uma previsão de 33%.
Evasão escolar
Em relação à evasão de alunos, o financeiro é mostrado como a principal explicação para o abandono no ensino superior, que cresceu entre os alunos que não possuem nenhum tipo de auxílio financeiro.
No entanto, permaneceu estável entre aqueles que possuem Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) ou Programa Universidade para Todos (Prouni).
“O aluno que ingressa com FIES ou Prouni entra mais vocacionado, escolhendo o curso e a IES que quer cursar, daí a menor evasão. Sem programas de financiamento, a evasão é maior porque o estudante escolhe pela facilidade de ingresso e pelo preço do curso”, comentou o diretor executivo da entidade, Rodrigo Capelato.
O executivo ainda apontou que, anualmente, diversos estudantes do ensino médio fazem o Enem e outros vestibulares, mas não adentram no ensino superior. “Faltam políticas públicas de acesso mais eficientes e que diminuam a diferença entre o número de vagas ofertadas e preenchidas em programas como o FIES e o Prouni”, observou.