Em um passado não muito distante, povos nômades tinham de lidar com diversas intempéries para garantir a sobrevivência em um cenário não muito favorável.
Por outro lado, o mercado dos chamados “nômades digitais” – profissionais que atuam no ambiente virtual, sem qualquer limitação geográfica – prospera e tem perspectivas positivas: segundo o Relatório Global de Tendências Migratórias 2022 da Fragomen, empresa especializada em serviços de imigração mundial, 35 milhões de profissionais já atuam por meio do sistema em todo o mundo, número que pode chegar a um bilhão em 2035.
Nesse panorama, ao menos 23 países já oferecem vistos específicos para os nômades digitais, como Argentina, Costa Rica, Emirados Árabes, Grécia, Islândia e Tailândia, além do Brasil.
O Conselho Nacional de Imigração, administrado pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), ordenou a concessão de visto temporário e autorização de residência aos imigrantes que se encaixem na modalidade, conforme publicação da CNN Brasil.
Para Denis Macedo, integrador digital, treinador de líderes e idealizador do projeto Vida de Instagram, a projeção realizada pela Fragomen é assertiva.
“É surreal como a tecnologia e a internet possibilitam tanto avanço e novos tipos de trabalhos – que são as profissões do futuro. As pessoas não gostam da sensação de se sentirem presas a algo. Muitas vezes, o CLT [profissional que atua com base na Consolidação das Leis do Trabalho] convencional, com cumprimento de horário presencial, acaba fornecendo essa sensação [de estar preso]”, afirma.
“O desgaste de ter que ficar o tempo todo em um local, de todo processo de deslocamento, já era demais para o colaborador, sobretudo após a pandemia de Covid-9, quando muitos profissionais e empresas conseguiram experimentar quão valioso pode ser um trabalho home-office para ambas as partes”, acrescenta.
Aliás, somente 5% dos profissionais que passaram a atuar por meio do teletrabalho pretendem deixar o sistema para voltar a trabalhar no ambiente corporativo, de acordo com um estudo do Talenses Group, realizado com 676 profissionais e obtido pelo Valor.
Para a empresa, prossegue Denis Macedo, o home office é vantajoso em vários requisitos, como economia com local, energia e internet.
“Para o funcionário, a flexibilidade, que dispensa deslocamentos, possibilita oportunidade de trabalhar do local que desejar, o que oferece a sensação de liberdade e gera uma mentalidade saudável. A consequência é uma motivação maior, o que acompanha uma produção melhor deste colaborador”, completa.
De fato, um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, observou que trabalhadores satisfeitos são até 31% mais produtivos, três vezes mais criativos e vendem 37% a mais em comparação a seus pares insatisfeitos.
De forma similar, uma pesquisa da consultoria de gestão Bain & Company apontou que trabalhadores desmotivados podem ser 125% menos produtivos do que os colegas que desempenham suas atividades com inspiração e engajamento.
Na visão do especialista, para além da independência geográfica, o trabalho como nômade digital gera mais qualidade de vida, seja com tempo com a família e viagens – e a tendência é, de fato, só aumentar.
“Entre diversas vantagens, os trabalhadores virtuais têm liberdade e flexibilidade. Mães, por exemplo, podem estar em casa com os filhos, otimizando o tempo. Assim, se ocorrer algum contratempo, essas profissionais têm a possibilidade de resolver tudo de perto, o que gera mais qualidade de vida”, articula.
O idealizador do projeto Vida de Instagram sublinha que as profissões que mais permitem o trabalho como nômades digitais são: social media, analista de tráfego, vendas de afiliados e projetos que promovem comissionamento.
Segundo ele, os interessados podem buscar a orientação de especialistas a fim de se prepararem para trabalhar no mercado virtual.
Para mais informações, basta acessar: https://www.instagram.com/treinadordelideres/