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Em 2020, o mercado de fertilizantes especiais alcançou uma receita superior a R$ 10 bilhões, em uma alta de 41,8% em relação aos R$ 7,1 bilhões do ano anterior, pré-pandemia. É o que apontam os indicativos do mais recente Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal, realizado em 2021, que contou com a publicação da Abisolo (Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal).

Segundo o balanço, a seção de fertilizantes minerais avançou 31,89%, fechando com um ganho de R$ 7,56 bilhões. Já os fertilizantes organominerais e orgânicos faturaram R$ 1,96 bilhão (alta de 80,5%) e  R$ 615 milhões (alta de 90,1%), respectivamente.

De acordo com informações da publicação, quatro fatores foram apresentados para explicar o desempenho do setor no período analisado. São eles: “a maior adoção desses produtos [fertilizantes especiais] pelos agricultores, impulsionada pela expectativa de boa rentabilidade”; “a relação de troca favorável ao produtor na compra de insumos”; “a inclusão de valor aos produtos como consequência da evolução tecnológica”; e “o reajuste nos preços de venda acarretados pela alta dos preços das matérias-primas, insumos e serviços”.

Vinicius Merege Pereira, sócio e CEO da Nippon Agro, empresa que produz fertilizantes organominerais em forma de pellets, observa que o fertilizante mineral, em particular, vem de um aumento expressivo de preço no ano de 2021. “Isso ocorreu por um somatório de fatores, como a pandemia, a alta no dólar, o aumento da cotação das commodities e a crise energética na China”.

Em 2022, prossegue, o início da guerra entre Rússia e Ucrânia e a dependência brasileira no mercado internacional de fertilizantes fez com que a crise se agravasse. Neste panorama, a busca por alternativas nacionais de fertilizantes será crescente nos próximos anos na agricultura brasileira, com um aumento na busca por novas formas de nutrir as plantações.

“O Brasil é um grande produtor de proteína animal. Esse título resulta na produção de resíduos e esse passivo ambiental é um insumo nobre para a produção agrícola, quando utilizado como fertilizante”, afirma. “A mistura orgânica ao mineral trará uma expressiva redução na dependência do mercado internacional e nosso mercado nacional precisa disso. Sendo assim, este mercado de organomineral estará aquecido nos próximos anos”.

Na visão de Pereira, além do panorama político-econômico e questões relacionadas à sustentabilidade, há a convicção, por protocolos documentados e homologados em testes de performance, do melhor rendimento desse perfil de produto em relação aos minerais, principalmente quando são compostos com elementos biológicos e tecnologia de polímero. 

Tecnologia em fertilizantes é alternativa para estiagem e aumenta produtividade 

Adriano Akira Assanuma, sócio e diretor de pesquisa e desenvolvimento de produtos da Nippon Agro, destaca que o investimento em tecnologia em fertilizantes pode mitigar o problema de estiagem para os produtores rurais e aumentar a produtividade da lavoura. “O fertilizante organomineral, além de trazer consigo a sustentabilidade pela destinação correta de um passivo ambiental, tem inúmeras vantagens quando comparado com o mineral”.

Para Assanuma, trazendo o enfoque para a questão da estiagem, o fertilizante organomineral tem a presença da matéria orgânica na sua composição, já que ela pode reter água em até cinco vezes a sua massa. Isso ocorre porque a matéria orgânica e a mistura com compostos biológicos permite a manutenção de microrganismos. Estes, por sua vez, promovem um maior crescimento radicular, o que resulta em uma maior exploração do subsolo, resistindo a condições de estiagem.

“Os produtores brasileiros estão cada vez mais criteriosos, o que gera um ciclo virtuoso em investimentos em tecnologia e desenvolvimento de novos produtos visando, principalmente,  o aumento da produtividade e a preservação da planta em situações de risco”, conclui.

Para mais informações, basta acessar: https://www.nipponagro.com.br/