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O sucesso de um e-commerce passa obrigatoriamente pela otimização das operações logísticas – o que significa para os varejistas traçar estratégias levando em consideração detalhes que nem sempre são óbvios. Da organização dos pallets até os espaços para movimentação de mercadorias dentro do CD, tudo requer conhecimento profundo para que sejam alcançados os índices satisfatórios de produtividade.

“Parece simples, mas, na prática, mesmo os grandes players enfrentam dificuldades para fazerem suas operações serem inteligentes”, afirma Eneas Zamboni, CEO da UX Group, empresa especializada em tecnologia para transporte e logística. Segundo ele, muitos deles ainda mantêm práticas comuns no varejo tradicional, que funciona de maneira diferente. “Antes, falava-se em grandes quantidades de itens, separadas em embalagens secundárias. No comércio eletrônico, trabalha-se com unidades (embalagens primárias), separando os produtos um a um. Isso aumenta muito a complexidade, sobretudo com relação ao controle”, explica ele.

O especialista elenca quatro visões importantes para que os e-commerces consigam executar suas operações logísticas de forma eficiente, produtiva e escalável.

1 – Inteligência na armazenagem

Para Zamboni, a armazenagem é um dos pontos mais críticos quando falamos sobre produtividade de operações logísticas. “É fundamental pensar na facilidade que as equipes encontram para as coletas, na etapa de separação, além de contar com tecnologia para realizar este controle”, diz ele. Caso os produtos não estejam bem guardados fisicamente e não haja tecnologia cumprindo esse papel, fica mais difícil localizar os itens e a produtividade acaba comprometida.

“É comum nos depararmos com grandes CDs sem essa organização. Eles acabam dependendo de empilhadeiras para descer produtos de alto giro, por exemplo, o que faz com que a operação não seja fluida nem rápida”, destaca o CEO. Além de perder agilidade, a dificuldade de localização de mercadorias também leva a outros problemas, como perda de itens, avarias, atrasos nas entregas, etc.

2 – Menos pessoas dentro do CD

A primeira ideia que se tem com o crescimento da operação é contratar mais gente para garantir rapidez às etapas do e-commerce. Entretanto, isso pode ser um tiro no pé: primeiro porque quanto mais pessoas se movimentando dentro de um CD e manuseando as mercadorias, mais difícil manter o estoque em ordem. Por isso, Zamboni ressalta que o ideal é ter uma equipe enxuta, disciplinada e bem treinada, de forma que possa contribuir com a organização dentro do CD.

3 – Área livre para movimentação no CD

Zamboni ressalta que muitos players ocupam 100% do CD com pallets, esquecendo-se de deixar uma área livre para movimentação de mercadorias. “Quando isso acontece, não há espaço para ter inteligência de estoque, perde-se velocidade e produtividade. É como encher o tanque do carro até a boca e ver o combustível vazar”, diz ele. A recomendação dele é deixar um espaço livre de 10 a 15% dentro do CD para movimentar o estoque, fazer ressuprimentos, consolidações e agrupamentos.

4 – Adoção de novas tecnologias

Quando falamos de e-commerce, as operações logísticas necessitam apostar em parcerias que lhes permitam inovar. Segundo Zamboni, investir em tecnologia é fundamental para permitir o crescimento ordenado dos e-commerces, garantindo retaguarda estruturada para mais abrangência em todo o território brasileiro e sem custos elevados. “Os varejistas precisam se focar naquilo que sabem fazer, que é comprar, vender e negociar, e deixar as rotinas de controle de estoque, localização de itens, avarias, perdas e muito mais serem administradas por parceiros especializados em logística”, finaliza ele.