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O Projeto Driblando a Fome, do IBMS- Instituto Brasil +Social realizou um curso piloto de empreendedorismo na comunidade Nova Cidade Heliópolis, maior comunidade da cidade de São Paulo com 200 mil moradores.

A ideia foi entrar na comunidade para ensinar as pessoas que querem empreender. Participaram alunos das mais diversas profissões como vendedor de cosmético, cabeleireiros, confeiteiro e vendedores autônomos, que almejam profissionalizar-se e fazer das suas habilidades um negócio. A escola de Samba Imperador do Ipiranga cedeu a sala no local e deu apoio logístico à iniciativa. O IBMS coordenou a ação e os alunos receberão certificados de participação.

Segundo Niolanda Dantas, fundadora do IBMS, a entidade não está dando conta de atender a milhares de pedidos de ajuda. “Com o recuo da economia, a perda de emprego e de renda e o crescimento galopante da inflação, muitas pessoas estão sem condições de ter diariamente alimentação para sobreviver. A situação se agravou com as chuvas que inundaram comunidades inteiras em São Paulo e a chegada do inverno”, destaca. As ações de arrecadação de alimento não param, mas para Dantas, o IBMS quer ir além do assistencial. “Queremos ajudar as pessoas a se profissionalizarem, a empreenderem para gerar renda para suas famílias. Então estamos desenvolvendo vários cursos e ações para profissionalizar as pessoas visando um emprego ou ajudá-las a empreender a fim de gerar renda e dignidade. Nos próximos meses, iremos atuar também com o menor aprendiz. O menor trabalha, aprende e ajuda a família. Para isso, contaremos com a disposição das empresas que se incluem na agenda ESG”, informa a fundadora.

O IBMS estará nos próximos meses disponibilizando uma plataforma EAD para cursos de TI e Networking, voltado para o menor aprendiz.

Desemprego e crescimento da atividade informal

O emprego com carteira assinada tem perdido protagonismo e espaço no mercado de trabalho brasileiro. A participação desta modalidade no total da população ocupada no setor privado ficou em 38,1% no 1º trimestre de 2022 e segue bem distante do pico de 43% alcançado em 2014. O número de trabalhadores com carteira assinada diminuiu em 2,8 milhões entre 2014 e 2022, enquanto que o de trabalhadores por conta própria ou sem registro em carteira aumentou em 6,3 milhões em 8 anos. Dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Campanhas de doação prosseguem

O Instituto Brasil+ Social, uma ONG voltada para ações sociais no campo da saúde, esporte e educação, através do Projeto DRIBLANDO A FOME está intensificando várias campanhas para arrecadação de alimentos não perecíveis para famílias em situação de vulnerabilidade. Uma delas é a campanha que incentiva pessoas físicas e empresas a adotarem uma família por tempo determinado (pode ser de 3 a 12 meses) para doação de cestas básicas de alimentos todo mês.

O IBMS ainda promove lives com o padrinho do Projeto Driblando a Fome, o eterno capitão Cafu, e com artistas e celebridades para arrecadar cestas básicas.

No segundo semestre, irá realizar um jogo de futebol solidário com ex- atletas da seleção brasileira e de times de futebol conceituados para arrecadar comida.

O empresário Gil Santos, presidente do IBMS, acredita no futebol como forma de reunir pessoas numa grande ação social de solidariedade. “Prova que o esporte pode ajudar a minimizar a fome dos brasileiros, mas o poder público precisa adotar políticas sociais mais efetivas e incentivar a economia para gerar emprego e renda”, avalia.

Já Niolanda Dantas apela para que empresas e pessoas físicas exerçam a cidadania, doando e ajudando os mais carentes. “Não podemos esperar somente ações do poder público. A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, suspendeu as cestas básicas destinadas para ONGs. Dependemos apenas da boa vontade dos cidadãos e empresas desta cidade”.

O quadro da fome se agrava no país

A pandemia agravou a fome no Brasil, que tem atualmente 33,1 milhões de pessoas sem ter o que comer. São 14 milhões de brasileiros a mais em insegurança alimentar grave em 2022, na comparação com 2020.

É o que revela o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.