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De acordo com o indicador Fipe, a taxa de inflação acumulada de carros novos em 2021 será de 19,97%, superior ao índice geral CPI (9,73%). A instituição também é responsável por criar a Tabela Fipe como referência para compra e venda de carros no país. Outra pesquisa da KBB Brasil, empresa especializada em pesquisa de preços de carros, mostrou que a volatilidade dos preços atingiu 18,4% no final do ano passado, considerando apenas o ano modelo 2022. 

Um carro que vale 100.000 reais sobe para 140.000 reais. O Onix é considerado líder em sua categoria e um dos produtos mais vendidos no Brasil, sendo vendido por cerca de 70 mil reais antes da pandemia, e hoje é possível comprá-lo por 95 mil reais, dependendo do modelo. Uma versão Polo começou em 49.000 reais no lançamento, e agora custa não mais que 70.000 reais.

Os preços dos carros novos subiram no mercado drasticamente nos últimos dois anos. Sem orçamento ou mesmo com falta de oferta, os modelos zero quilômetro dão lugar ao mercado de veículos usados ​​e seminovos e ​​que não para de crescer.

Para carros novos, a diferença de preço para alguns modelos intermediários chega a 25 mil reais em relação aos preços atuais e anteriores à pandemia de Covid-19. Os fatores que impulsionam os preços para cima estão em todo o mundo. De acordo com o economista Guilherme Moreira, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Todos os insumos usados ​​na fabricação de carros, como aço, cobre e alumínio, ficaram mais caros. Para piorar a situação, há também a crise dos semicondutores, na qual a produção em fábricas ao redor do mundo é limitada pela falta de ferramentas.

Há vários anos em que o crescimento do carro está acima da inflação média. Até 2020, a história foi marcada por carros cada vez mais bem equipados e aumentos de preços quase inflacionários. Então veio 2020, e foi um caos, e a equação mudou. Metais e commodities de energia, que também são um importante insumo, subiram.

“A inflação de veículos está bem acima da média, dos últimos anos para cá. Até 2020, era caracterizada por carros cada vez mais bem equipados e aumentos de preços quase inflacionários. Depois, em 2020, foi uma bagunça, com isso a equação mudou. Metais e energia commodities aumentaram, o que também é um insumo importante”, comentou Alexandre Rezende, CEO da Cenário Capital.

Seminovos e usados

Os preços excessivos dos carros novos levam a uma mudança na demanda para o mercado de carros usados ​​e seminovos. Primeiro, devido à falta de opções de modelos disponíveis. Segundo, voltar aos carros que já foram construídos, porque o alto valor dos carros novos não cabe mais no bolso dos brasileiros. Além disso, os preços dos carros usados ​​tendem a se diversificar, ampliando as escolhas do consumidor.

Hoje, nas concessionárias de carros usados encontramos carros ​​por 60.000 ou 70.000 reais, com 5 anos de uso, entre muitas outras opções. É possível comprar uma caminhonete SUV por 100.000 reais. O valor que compraria um veículo popular completo, hoje compra um SUV de pouco uso.

Isso indica um bom cenário de compra para os consumidores. Enquanto as concessionárias tiveram que ser reduzidas, as lojas de segunda mão estão se expandindo para oferecer mais produtos.

A crescente demanda por modelos usados ​​também impulsionou os preços neste segmento. O indicador Fipe mostra que o aumento da busca por carros usados aumentou 34,15% em 2021. A variação do preço médio dos carros para 4-10 anos de uso aumentou 22,46% em relação ao 2020, de acordo com o monitor da KBB Brasil.

Para ver um ranking atualizado de veículos mais valorizados e mais desvalorizados mês a mês, existem alguns sites que fornecem essa informação para auxiliar na hora de comprar ou vender um automóvel.