Propaganda

Cerca de 31% de empresas brasileiras com receitas equivalentes a 35% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pretendem investir na ampliação de suas unidades de produção, enquanto outras 21% afirmaram que deverão investir, ainda em 2022, na abertura de novas unidades. Os dados fazem parte da pesquisa Agenda 2022, realizada pela Deloitte com 491 empresas que somam receita de R$ 2,9 trilhões.

O número é considerado positivo por analistas, dadas as expectativas baixas de crescimento do PIB brasileiro e as incertezas da economia. Segundo o que foi averiguado entre os entrevistados, apenas 10% acreditam em um índice maior que 2% para 2022. Além da expansão ou criação de novas unidades de produção, os investimentos das empresas brasileiras, segundo a pesquisa, vão se concentrar na qualificação de funcionários, lançamento de novos produtos, pesquisa e desenvolvimento e compras de máquinas e equipamentos.

Para conseguir transformar a intenção de investimento em realidade, muitas empresas contam com ferramentas que auxiliam na implementação de projetos dentro do orçamento disponível e prazos pretendidos para sua operacionalização. A analista financeira Katia Lima Araújo explica que a metodologia Front End Loader (conhecida como FEL) ajuda empresas a obterem melhores resultados na implantação dos chamados projetos de capital.  

“Esses são projetos de grandes investimentos e de longo prazo. Destinam-se a expandir, melhorar ou manter um ativo de capital. Geralmente destinam-se a infraestruturas ou desenvolvimento de uma fábrica, por exemplo. E a metodologia FEL costuma ser utilizada para projetos acima de R$ 1 milhão e com prazo longo para sua conclusão”, ressalta.

A profissional comenta que de acordo com essa metodologia, considera-se cada etapa do projeto, que são chamadas de “portões”. Nesses portões são analisados critérios de aprovações e desenvolvimento, que devem estar de acordo com cada fase e maturidade do projeto. Cada portão de aprovação possui a denominação de FEL 1 , FEL 2  e FEL 3,  que correspondem aos estágios de desenvolvimento, com seus objetivos claros e bem definidos para cada ciclo de vida do projeto.

“Na etapa FEL 1, define-se o objetivo do negócio, que deve estar alinhado com o empreendimento, oportunidades identificadas, estimativa preliminar de investimento e a tecnologia que será aplicada. Na etapa FEL 2 é feito o planejamento preliminar, a estimativa de custo preliminar, a programação de implantação na linha do tempo, os equipamentos preliminares que serão utilizados, qual será o portfólio do projeto e sua classificação de riscos e esforços para sua conclusão”, detalha.

De acordo com Katia Araújo, na etapa 3, ou na FEL 3, define-se o escopo do projeto e seu plano de execução. Nessa etapa, é listado todo material, instrumentos e as especificações dos principais equipamentos que serão utilizados. Nessa etapa, segundo ela, desenvolve-se também o plano de risco e todas as fases que envolvem contratações.

“Já foi comprovado que, após implementar a metodologia FEL, as organizações conseguiram melhoras significativas na execução de seus projetos de capital, alcançando maior assertividade, menores riscos e maior qualidade na implementação dos projetos, economia de tempo e custos e, finalmente, sua conclusão dentro do prazo e orçamento estabelecidos”, conclui a profissional, que possui 16 anos de experiência na área de consultoria financeira.  

Empresas brasileiras também querem expandir para além dos limites do país

Nos planos de expansão de muitas empresas brasileiras também está incluído ultrapassar as fronteiras do país. De acordo com pesquisa da Fundação Dom Cabral, 71% das empresas pesquisadas planejam conquistar novos mercados nos próximos anos. E entre as que já atuam em outros países, 78% afirmaram planejam expandir ainda mais dentro desses mercados. Entre as que pretendem expandir o negócio para outros países, 37,1% disseram que pretendem fazê-lo por meio da abertura de um escritório comercial e 28,9% por meio de exportações.

O estudo foi realizado no período de 2020/2021 com 154 empresas. Entre as participantes, 49% responderam que, durante a pandemia da Covid-19, iniciaram operações do exterior, enquanto apenas 15% interromperam este processo em algum país. Os principais mercados onde as empresas brasileiras expandiram sua atuação foram Estados Unidos, Argentina, Portugal, Uruguai, Colômbia, China e México.