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O estudo “Key Takeaways”, divulgado pela PwC em dezembro de 2021, estima que até o final de 2022, a receita do Open Finance no mundo atingirá US$ 9,87 bilhões. Segundo o estudo, em especial no Brasil, há a expectativa da inclusão de milhões de brasileiros ainda desbancarizados (pessoas sem conta bancária) nesse modelo de sistema financeiro aberto.

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva, de abril de 2021, informou que 21% da população brasileira – cerca de 34 milhões de pessoas – não têm acesso a serviços bancários. De acordo com um levantamento do Serasa Experian, publicado em abril deste ano, o Open Banking brasileiro tem a capacidade de incluir 4,6 milhões de pessoas no mercado de crédito e, com isso, nos próximos dez anos, injetar R$ 760 bilhões na economia do país.

Com base na pesquisa do Instituto Locomotiva, Ricardo Galvão, Enterprise Sales Manager da Vertiv Brasil, explica que assim como aconteceu com o PIX, que acelerou a digitalização das operações bancárias, espera-se que o Open Banking seja um divisor de águas para pessoas e empresas em 2022. Para Galvão, os estudos revelam que neste ano, o setor financeiro brasileiro prepara-se para viver a maior disrupção de sua história: a expansão do Open Banking.

“Esse sistema permite que o consumidor realize operações bancárias com outras instituições além de seu próprio banco. O Open Banking brasileiro é organizado e regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil através da Resolução Conjunta nº 01/2020 e já está disponível de forma inicial desde o final de 2021”, esclarece o executivo da Vertiv.

Em miúdos, Ricardo Galvão explica que construído a partir de APIs (Application Programming Interfaces) que conectam aplicações de organizações que não pertencem a um mesmo grupo, o Open Banking traz liberdade para o correntista realizar negócios com diversas instituições sem que tenha de ser um cliente registrado em todas elas. “Nesse modelo, cada correntista tem controle total de seus dados financeiros, podendo dizer sim ou não à proposta de compartilhar seus dados com várias instituições. Uma pessoa que é correntista de um determinado banco poderá fazer aplicações, pedir empréstimos ou contratar seguros em outros bancos, corretoras, fintechs e insurtechs”, aclara Ricardo.

Mas para que tudo isso aconteça sem falhas, o executivo alerta que é necessária uma infraestrutura digital crítica heterogênea e distribuída que suporte as trocas de dados realizadas por meio do consumo de APIs. O artigo “Unresponsive bank APIs causing open banking challenges”, publicado em janeiro de 2021 no portal britânico de notícias financeiras Bobsguide, mostrou que, em novembro de 2020, ocorreram 5,7 milhões de falhas de APIs no Open Banking do Reino Unido.

“O estudo não especifica se essas falhas foram por problemas de software ou de infraestrutura, mas deixou claro, que em todos os casos, o downtime sofrido por um integrante do Open Banking fatalmente levará o consumidor a procurar, em milissegundos, outra organização para realizar a operação financeira. Em última instância, inconsistências no suporte às APIs podem minar a força do Open Banking de qualquer organização financeira”, enfatiza Ricardo.

Galvão avisa que no Brasil, os estudos mostram que a chegada do Open Banking acelera as mudanças que as instituições financeiras já estavam adotando em relação a seus data centers e que essa é uma revolução em andamento, e que não terminará tão cedo. “Toda essa evolução traz um grande desafio. Ela exige que o gestor do data center administre, com segurança e controle, os múltiplos e geograficamente distribuídos data centers que suportam o sistema brasileiro de Open Banking. Da menor fintech ao maior banco, o desafio é o mesmo: para manter o data center operando 24×7, é necessário ter uma visão preditiva de futuras falhas ou downtimes”, afirma Galvão, da Vertiv.