Usando um banco de dados de 30 milhões de perfis, o portal Zippia estima dados demográficos e estatísticas para profissionais de esportes nos Estados Unidos. Na pesquisa mais recente, a companhia estimou que existem mais de 65 mil treinadores de vôlei empregados no país. As mulheres são maioria no setor, com 80% das posições de coach. O resultado atual demonstra um crescimento considerável nos últimos anos. Em 2010, a mesma empresa constatou que as mulheres compunham 66% do número de coaches no vôlei norte-americano.
A pesquisa revelou também a idade média desses profissionais, 34 anos, e as etnias predominantes, sendo 67% de pessoas brancas, 13,6% latinos e 9,2% de pessoas negras. Em termos de remuneração, as treinadoras mulheres ganham 2% a menos que homens em mesma posição. O estudo visa identificar as condições de trabalho neste setor nos EUA, atual líder do vôlei feminino mundial, seguido pelo Brasil e pela China.
A mineira Dayanna Barbosa, de 29 anos, engrossa o grupo de treinadoras da América Latina no país. Desde 2019, ela atua como coach do time feminino Polk Eagles e é coordenadora geral do Top Select Volleyball Academy, ambos em Orlando, na Flórida. Segundo a brasileira, profissionais mulheres são valorizadas especialmente nas escolas e universidades americanas, setor que mais emprega e melhor remunera coaches mulheres no país, de acordo com a Zippia. “Os Estados Unidos também valorizam profissionais com vivências e idiomas diferentes porque entendem que isso ajuda a desenvolver atletas de elite”, afirma a ex-jogadora do clube Mackenzie, em Belo Horizonte.
As norte-americanas demonstraram excelência no vôlei feminino em 2021, conquistando a primeira medalha de ouro nas Olímpiadas de Tóquio, sob a direção do treinador californiano Karch Kiraly. Embora os homens sejam minoria na categoria, são eles ainda que lideram as posições de coach nos times profissionais.
De olho no futuro do esporte, os EUA acabam de anunciar a criação de uma nova liga profissional de vôlei feminino, a League One Volleyball (LOVB), que tem como presidente a executiva Mary Wittenberg, e conselho desportivo 100% composto de mulheres. O objetivo é desenvolver mais jogadoras e treinadoras no país, começando do nível juvenil à categoria olímpica.