Propaganda

Uma pesquisa recente apontou que 49% dos recrutadores no mercado de trabalho acreditam que os profissionais estão mais propensos a sofrer de Síndrome de Burnout no segundo semestre de 2022. De acordo com a 19ª edição do Índice de Confiança Robert Half, as cargas de trabalho mais pesadas (58%); a falta de equilíbrio entre vida profissional e trabalho (58%); e a maior pressão para a obtenção de resultados (55%) foram as principais razões que os levam a fazer essa afirmação.

Desde o dia 1º de janeiro, a Síndrome de Burnout passou a ser classificada como doença ocupacional pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Com a atualização, o transtorno entrou para o rol de problemas de saúde que são adquiridos pelos indivíduos em decorrência de fatores de risco inerentes à atividade profissional.

A medida trouxe mais tranquilidade aos trabalhadores que lidam com o problema no dia a dia, e que agora gozam das mesmas garantias trabalhistas e previdenciárias previstas para as demais doenças que afetam a saúde física e mental. No Brasil, a Síndrome de Burnout recebeu o código QD85, que faz parte da CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). 

Sheila Drumond, psicóloga e diretora do CPPMP (Centro de Psicologia Positiva e Mindfulness do Paraná), chama a atenção para a incidência, cada vez maior, de casos da doença (que também é conhecida como “Síndrome do Esgotamento Profissional”)  na sociedade. “Os casos da Síndrome de Burnout têm aumentado exponencialmente por variados fatores, que inclui uma predisposição individual ao desenvolvimento da doença, quando em contato com fatores ocupacionais e sociais, cada vez mais exigentes”. 

Segundo Drumond, pessoas muito perfeccionistas, que “dão o sangue” pelos resultados no trabalho e que mantêm contato social intenso, são mais propensas a desenvolverem a síndrome. “Estamos falando de muitas categorias profissionais: professores, policiais, médicos, enfermeiros, servidores públicos, bancários, vendedores, entre outros”.

De acordo com a psicóloga, antigamente se associava à síndrome de Burnout com um esgotamento emocional intenso e a responsabilidade era atribuída somente ao acometido pela doença. “Um dos fatores mais eminentes para o desenvolvimento da síndrome é a pressão por metas irreais, a quantidade absurda de trabalho e a falta de limite entre vida pessoal e profissional”.

Anteriormente à inserção da Síndrome de Burnout na classificação internacional de doenças (CID) pela OMS, que aconteceu somente em 2019, era muito difícil o acometido conseguir esse diagnóstico, reporta. “Não obstante, isso levou, possivelmente, a muitos casos de aposentadoria por invalidez, pois a Síndrome de Burnout não é ‘apenas’ um esgotamento: a doença começa com um esgotamento, mas pode levar à perda total da capacidade laboral do sujeito, incluindo até mesmo ideações suicidas”.

Mindfulness é alternativa para lidar com o transtorno

Na visão de Drumond, as práticas de meditação e do mindfulness (“atenção plena”, em tradução livre – prática que consiste na prática de se concentrar no presente, deixando de lado preocupações com o passado e o futuro) no ambiente laboral podem ajudar a aplacar a Síndrome de Burnout. “Com mais de quarenta anos de investigação científica, centenas de artigos comprovam os benefícios da prática de mindfulness para ansiedade, estresse, depressão e insônia – e o Burnout envolve sintomas de todas essas áreas”. 

Segundo a psicóloga e diretora do CPPMP, o ideal é que haja um espaço para a prática de mindfulness em ambiente de trabalho, em pequenas pausas de 5 a 10 minutos, uma a duas vezes ao dia. “Incentivar o autocuidado do colaborador é fundamental, mas rever as estratégias de crescimento de capital, ambiente organizacional e treinar o gerenciamento emocional no trabalho não é menos importante”. 

Para mais informações, basta acessar: https://mindfulnessparapsicologos.com/