Segundo a 19ª edição do Índice de Confiança Robert Half, a partir do portal Terra, 49% dos recrutadores, ou seja, metade, creem que os profissionais estão mais vulneráveis a desenvolver síndrome de burnout no segundo semestre deste ano. A pesquisa aponta que os motivos centrais para isso acontecer são as cargas de trabalho mais intensas (58%), desequilíbrio entre vida profissional e trabalho (58%) e a pressão mais alta para obter resultados (55%).
Ressalta-se, ainda, que a síndrome de burnout passou a ser entendida como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde o dia 1º de janeiro. A partir disso, a condição entrou para o setor de problemas de saúde desenvolvidos por meio de fatores de risco presentes na atividade profissional. Assim, isso possibilitou que os colaboradores que enfrentam dificuldades cotidianas possam ter as mesmas garantias trabalhistas e previdenciárias de outras doenças que abalam a saúde física e mental.
“Os casos da síndrome de burnout têm aumentado exponencialmente por variados fatores, que incluem uma predisposição individual ao desenvolvimento da doença, quando em contato com fatores ocupacionais e sociais, cada vez mais exigentes”, aponta a psicóloga e diretora do Centro de Psicologia Positiva e Mindfulness do Paraná.
A psicóloga também ressalta que colaboradores perfeccionistas e muito empenhados em resultados são mais vulneráveis a desenvolver a doença: “Estamos falando de muitas categorias profissionais: professores, policiais, médicos, enfermeiros, servidores públicos, bancários, vendedores, entre outros”. Segundo ela, no passado, o burnout era ligado ao alto esgotamento emocional, acrescentando que “um dos fatores mais eminentes para o desenvolvimento da síndrome é a pressão por metas irreais, a quantidade absurda de trabalho e a falta de limite entre vida pessoal e profissional”.
A profissional apontou, ainda, que antes de a síndrome de burnout ser colocada na classificação internacional de doenças (CID) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), era raro esse diagnóstico ser conseguido. “Não obstante, isso levou, possivelmente, a muitos casos de aposentadoria por invalidez, pois a Síndrome de burnout não é ‘apenas’ um esgotamento: a doença começa com um esgotamento, mas pode levar à perda total da capacidade laboral do sujeito, incluindo até mesmo ideações suicidas”, relata a psicóloga.
Pandemia da Covid-19 abalou a qualidade do sono
Um estudo do Departamento de Psiquiatria do Brigham and Women’s Hospital, a partir do portal Estado de Minas, mostrou que, durante a pandemia de Covid-19, os participantes da investigação passaram a dormir mais tarde (em comparação ao contexto pré-pandêmico), o que afetou a saúde do sono. A pesquisa levou em conta informações de, aproximadamente, 5 mil pessoas.
Assim, descobriu-se que aqueles que dormiam menos de seis horas por noite antes ou no meio da pandemia possuíam um risco mais elevado de terem sintomas de ansiedade, depressão e esgotamento. “Cerca de 20% dos participantes com menos horas dormidas relataram sintomas de ansiedade ou depressão e 30%, de burnout. Além disso, 20% relataram um aumento no uso de substâncias para lidar com o estresse”, relatam autores do artigo, publicado na revista Sleep Health. Ressalta-se que, condições ligadas à saúde podem ser vistas em uma clínica de acupuntura.