O mercado de dados tem ganhado força nos últimos anos e foi impulsionado pela pandemia de Covid-19. De acordo com um estudo divulgado pela Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais) em dezembro de 2021, as circunstâncias em torno da crise sanitária tiveram um papel decisivo na digitalização da economia.
Segundo indicativos da Intera, startup baiana de recursos humanos, divulgados pelo Canaltech, a busca por profissionais do setor vai a quase 500%, com salários que se aproximam de R$ 22 mil. A abertura de vagas do gênero no país cresceu 485% no primeiro semestre de 2021 em comparação ao ano anterior. O levantamento entrevistou 4 mil profissionais, de 34 empresas, dos níveis pleno, sênior e especialista, que trabalham como analistas, engenheiros e cientistas de dados.
De forma síncrona, uma estimativa da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) projeta que o mercado de dados deve abrir 420 mil novas oportunidades nos próximos dois anos. O número de vagas previstas está acima do número de profissionais que podem atuar na área, uma vez que o Brasil forma somente 42 mil pessoas do segmento por ano.
Marcelo Menezes, cofundador da Lean Solutions, empresa que atua com treinamentos corporativos e transformação digital, destaca que, com a digitalização e os processos de transformação digital nas empresas, a aquisição de dados, outrora complexa e manual, passou a ocorrer por meio de integrações e sistemas de aquisição. Com isso, os setores empresariais se tornaram cada vez mais orientados por dados.
“Profissionais que são capazes de extrair, tratar e analisar dados são importantes não só para setores de tecnologia, mas para aqueles que não eram tão direcionados a dados”, complementa Menezes.
As oportunidades para os profissionais do mercado de dados surgem em um momento em que a taxa de desemprego no país chegou a 9,8%, como mostra a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada na quinta-feira (30/06) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente ao trimestre encerrado em maio de 2022. Com isso, o Brasil soma 10,6 milhões de desempregados.
Menezes observa que diversos profissionais podem atuar na área de ciência de dados, como os analistas, que se responsabilizam por relatar e acompanhar o desempenho das métricas operacionais. Ele também destaca a importância dos desenvolvedores, que cuidam das questões de tecnologia que envolvem a aquisição e o tratamento dos dados.
Além disso, prossegue o empresário, os profissionais de UX (User Experience, na sigla em inglês – Experiência do Usuário, em português), responsáveis pelo desenvolvimento das telas e dashboards de acompanhamento, são essenciais na área de ciência de dados.
O cofundador da Lean Solutions ressalta que, para seguir nessas carreiras, profissionais de diversas áreas podem se especializar, desde trabalhadores da engenharia, RH (Recursos Humanos), operações e administrativo. “O ideal é que todos os profissionais sejam capazes de entender, analisar e processar os dados”, afirma.
Oportunidades no mercado de dados podem atrair insatisfeitos
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Real Big Data demonstrou que, em média, 30% dos brasileiros estão insatisfeitos com a profissão exercida atualmente. Entre os principais fatores elencados por aqueles que não se sentem bem profissionalmente, os entrevistados citaram: desmotivação e falta de realização (31%), ambiente de trabalho estressante e repetitivo (26%), serviço como meio de sobrevivência (26%) e remuneração abaixo do esperado e com poucos benefícios (10%).
Dentre os profissionais insatisfeitos, 72% afirmaram que gostariam de trocar de trabalho, embora a falta de oportunidades, recursos e ofertas seja uma barreira. Para 31%, a falta de conhecimento e qualificação em outro segmento é o maior entrave, ao passo que 13% dos participantes afirmaram que não têm tempo suficiente para redirecionar a carreira.
Para mais informações, basta acessar: https://www.leansolutions.com.br/