Um dos setores mais afetados pela pandemia de coronavírus foi o cultural, que abrange shows, exposições de arte, peças de teatro, filmes bem como eventos pessoais e corporativos. Quem trabalha nessa área precisou buscar novas saídas para realizar seus eventos, e o formato digital foi o mais procurado no período de confinamento. A paralisação do segmento também tornou inevitável muitas demissões, prejudicando artistas, produtores, empreendedores e técnicos do setor.
De acordo com a Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), o isolamento social chegou a atingir 97% dos eventos que já estavam marcados em 2020. No total, cerca de 350 mil foram cancelados e, ao menos, R$ 90 bilhões deixaram de ser faturados. Já em 2021, o número foi ainda maior, mais de 530 mil eventos não foram realizados, R$ 140 bilhões foram perdidos e cerca de 450 mil postos de trabalho a menos.
Para a consultora de marketing do Grupo Colinas, Priscilla Levinsohn, o cenário se mostra bastante positivo agora. Após dois anos do início da paralisação geral das atividades e agora com pouco mais de 75% da população brasileira já vacinada, o setor cultural gradualmente retoma o seu ritmo normal. Ela acredita que a sinergia entre os mundos real e digital vão potencializar os avanços e fortalecimentos do setor.
“A produção de conteúdos digitais criativos e precisos voltados para a divulgação de lançamentos de exposições, shows, peças de teatro, por exemplo, incentivam a população a retomar as “antigas” rotinas e sair de casa para se divertir. Depois de tanto tempo confinadas, muitas pessoas se acomodaram à vida imposta pelo Covid. Agora, o foco do novo normal é viver, é respirar sem máscara, é voltar às ruas, como sempre foi antes da pandemia”, destaca.
O marketing digital parece ser a grande aposta para o período pós-pandemia no país. Apoiando o setor de eventos, os dois são cotados como uma ótima estratégia para atender às demandas do novo normal, como aponta Levinsohn. Já que, segundo ela, ao entregar um conteúdo relevante nas redes, a promoção de eventos ganha mais visibilidade e chega com sucesso ao seu público-alvo.
“Agora, trabalhamos publicações digitais mais humanizadas e criativas considerando sempre a inclusão e o propósito. Esta é uma forma que tem se mostrado eficiente para divulgar o lançamento de eventos, assim como de outros que precisaram ser adiados por conta da pandemia. O marketing digital chega forte agora promovendo novas conversas em multiplataformas, com um olhar especial focado neste momento de retomada”, completa a consultora.
A Abrape também evidenciou que o setor de eventos é responsável pela movimentação anual de R$ 270 bilhões, nas mais de 590 mil atividades que promove, em média, a cada ano no Brasil. Para que os números positivos retornem, ou até mesmo cresçam, o uso da tecnologia também ganha destaque.
Alguns eventos já promovem a agregação de experiências físicas com o virtual para tornar a vivência do público mais atraente e cativante, sempre focando no sucesso das atrações e, consequentemente, na conquista de mais participantes para apresentações futuras. “A união da tecnologia, de eventos e de marketing digital mostra que, a partir de agora, o céu é o limite. Criar e divulgar atrações divertidas e acessíveis para as pessoas é a chave para o sucesso da retomada. Como eu costumo falar: essa ‘tríplice de ouro’ é a prosperidade já se materializando na nossa frente desde já”, finaliza Priscilla.