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Com a transformação do comportamento do público e aderência cada vez maior ao meio digital, o Marketing Político se adaptou à conjuntura para depender menos dos meios tradicionais. Houve uma inversão na lógica das eleições: antigamente o orçamento disponível era o fator central, enquanto hoje o candidato e o conteúdo são os protagonistas.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as eleições de 2018 tiveram 29 mil candidatos. Para este ano, a estimativa do órgão é cerca de 30 mil pessoas pleiteando cargos na presidência, senado e câmara. Segundo Moreira, este número é uma oportunidade de mercado. “Surpreendentemente, faltam profissionais neste mercado. São raros os que possuem experiência no Marketing Político Digital ou entenderam na teoria. Os experientes já estão ligados a candidatos eleitos e, por isso, não estão disponíveis”, explica Bruno Moreira, CXO da eKyte.

Por isso, a conjuntura é terreno fértil para profissionais de Marketing Digital adentrarem o mundo das campanhas online para políticos. “O Marketing Político não é diferente do Corporativo. Apesar de alguns papéis e canais mudarem, a estratégia de campanhas é bastante semelhante”, conta o CXO da eKyte. A principal particularidade do Marketing Político Digital é, portanto, a necessidade de estudar o Código Eleitoral. Existem normas específicas para os conteúdos na internet – já foram anunciadas as mudanças para o pleito deste ano.

Como usar os canais no Marketing Digital Político

Para o Marketing Digital Eleitoral, redes sociais são essenciais para promover candidatos – sejam eles desconhecidos ou velhos conhecidos da política. Neste ponto, a escolha está nas mãos do público, que define o que quer ver, quando e com qual frequência. Além disso, sites e blogs são pilares cruciais para apresentar o candidato, suas ideias e plano de governo de maneira melhor estruturada. “Estes canais são importantes para quando o público avança no interesse pelo candidato. É possível usar as redes sociais como primeira etapa da jornada, levando tráfego para estes ambientes”, explica Moreira.

Além disso, WhatsApp e Telegram são vistos como opções interessantes para promover o engajamento. “O Telegram permite maior contato com as pessoas para engajá-las, recebendo feedbacks construindo relacionamentos”, continua.

Como criar campanhas de Marketing Digital Político

Criar uma campanha digital para políticos segue os mesmos princípios das corporativas. Deve-se pesquisar concorrentes e referências, definir qual o eleitorado desejado, idealizar a marca do candidato para posicioná-lo, escolher os canais ideais e planejar o conteúdo. Não existe segredo. A principal particularidade, no entanto, é a definição dos ciclos de planejamento das campanhas. Quanto mais perto das eleições, mais curtos eles precisam ser. “Com a proximidade do pleito, é o momento de converter ou reter quem já está engajado com o candidato. Por isso, ter ciclos longos neste momento é um erro que pode custar a vitória”, explica Moreira.

Outra coisa que o Marketing Político Digital tem em comum com o Corporativo é a necessidade de usar ferramentas de gestão para obter resultados. “Para garantir a alta performance e produtividade de todos os profissionais envolvidos, deve-se escolher uma solução que ajude a planejar, produzir, otimizar e aprender. Sem isso, a campanha se tornará ainda mais desafiadora”, conclui.

Neste mercado, muitos gestores utilizam plataformas de gestão criadas para outras especialidades. No entanto, trata-se de um equívoco por se serem ferramentas que não oferecem soluções para estratégia e gestão – nem sempre se adaptando ao nível de maturidade digital da empresa. Por isso, o ideal para decolar campanhas de Marketing Digital Político rumo a uma vitória em outubro é utilizar plataformas de gestão criadas especialmente para este mercado.