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A indústria de edifícios comerciais está se preparando para um retorno às atividades presenciais. O estudo “Buildings of the Future: Creating Healthier Workplaces” aponta que 80% das empresas pesquisadas esperam que iniciativas de “edifício saudável” moldem suas estratégias nos próximos dois anos. Além disso, 60% dos respondentes planejam investir em melhor ventilação, 47% em melhor filtragem de ar e 46% na higienização do ar.

Esses dados mostram que a preocupação com a qualidade do ar interno (QAI) se intensificou durante a pandemia e que, para assegurá-la, algumas mudanças devem ser realizadas nos escritórios.

De acordo com Marcos Felicio, arquiteto de soluções para Edifícios na Schneider Electric, para garantir ambientes favoráveis ao trabalho presencial, é necessário que os sistemas HVAC (Heating, Ventilating and Air Conditioning) – que, em português, significa Aquecimento, Ventilação e Ar-Condicionado – trabalhem de forma mais intensa. Segundo ele, “para evitar que isso eleve os custos de energia, as organizações devem se certificar de que a eficiência energética está sendo otimizada”.

A fim de ajudar as empresas no processo de readequação dos espaços, o executivo identificou nove soluções que podem contribuir com a melhoria do ambiente de trabalho e, ao mesmo tempo, colaborar para a redução de custos com eletricidade.

  • Sensores de ocupação

Para que as luzes não fiquem acesas por mais tempo do que o necessário, é possível instalar sensores de ocupação que ligarão as lâmpadas apenas quando houver pessoas nas salas. O especialista também recomenda conectar sistemas HVAC com outros sistemas prediais, como controles de acesso, segurança e até mesmo eficiência de espaço, e aplicativos de engajamento do usuário, o que permite a otimização hipergranular da temperatura e iluminação de cada sala com base na programação de reuniões exclusivas do dia.

  • Sistemas de gerenciamento de edifícios (BMS)

Os sistemas de gerenciamento de edifícios podem contar o número de pessoas em um espaço, enviando alertas de superlotação e aumentando a ventilação do espaço. Além disso, os BMS modernos podem adicionar automação inteligente do controle de iluminação, incorporando fatores de ocupação e de hora do dia aos controles. O escurecimento em tempo real com base nos níveis de luz do ambiente externo e os controles de sombra e hora do dia geram uma economia significativa de energia.

  • Sistemas de aquecimento e resfriamento

Para que os sistemas HVAC não fiquem deficientes, é possível habilitar os controles de bloqueio que evitam o aquecimento e o resfriamento simultâneos. Os sistemas economizadores – especialmente úteis para uma melhor inteligência artificial (IA) – também podem ser bloqueados quando o aquecimento e o resfriamento mecânicos estiverem funcionando. 

  • ‘Drives’ de frequência variável (VFDs)

“Os VFDs controlam bombas e ventiladores, alinhando com precisão sua saída às cargas exigidas, o que evita o desperdício de energia, visto que reduzir a velocidade do ventilador em 20% pode reduzir o consumo de energia em 50%”, comenta Felicio. 

  • Retrocomissionamento

Conforme os edifícios envelhecem, eles podem sair de seus parâmetros de projeto originais. Para evitar isso, o processo de retrocomissionamento é essencial. Com ele, é possível verificar, examinar e avaliar as condições de uma edificação visando o conforto térmico, a qualidade do ar e a economia de energia, além de analisar a sequência de controle do BMS para ver se há algo prejudicando a construção.

  • Software para comissionamento contínuo

Com a implantação de um software para comissionamento contínuo, o gestor do edifício receberá o status diário de atualizações necessárias e detecção de falhas, incluindo problemas de amortecedores de ar externos. “Dessa forma, é possível corrigir instantaneamente eventuais complicações, evitando que elas se acentuem e causem prejuízos”, comenta o executivo. 

  • ‘Dashboard’ de Qualidade Interna do Ar (QIA) para os operadores e ocupantes semelhantes

Por meio de dashboards em tempo real que visualizam o QIA e a ocupação atuais, aumenta-se a confiança entre os ocupantes de que o prédio está monitorando ativamente a Qualidade Interna do Ar e a ocupação. O software de consultoria que torna isso possível pode ser integrado a equipamentos existentes de terceiros e ser visualizado no lobby, em dispositivos e até mesmo em aplicativos móveis.

  • Medição de energia elétrica, água e gás do prédio principal

Com a medição em tempo real implementada, é possível programar para receber alertas quando ocorrer o risco de ultrapassar sua linha de base de utilização, o que pode levar sua concessionária a cobrar “penalidades de custo de demanda por catraca”, fazendo com que o proprietário pague mais de multa do que de consumo real.

  • Análise de utilitários

A eficiência energética não inclui apenas eletricidade. Analisar outros utilitários – como gás, água e vapor – ajuda a detectar anomalias e falhas em todos os recursos que seus edifícios usam. Esses medidores podem alimentar dados para análise de nuvem e controle de borda, dando visibilidade e controle sem precedentes sobre a maneira como o edifício usa energia.

“Esta lista de verificação é ideal para proprietários e gestores de edifícios fazerem o gerenciamento de instalações em tempo integral no local. Além disso, as novas oportunidades de financiamento da legislação de estímulo tornaram as atualizações de instalações para edifícios comerciais muito mais econômicas”, finaliza Felicio.