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Definir os sentimentos envolvidos na relação entre mães e filhos não é uma tarefa simples. A definição fica ainda mais complexa quando o sentimento materno se torna uma opção acolhedora para crianças e jovens que, por algum motivo, foram obrigados a se afastar dos seus responsáveis. Este é o trabalho das mães sociais, profissionais que são capacitadas e chegam a acolher até 10 crianças nos projetos desenvolvidos pela Aldeias Infantis SOS.

A organização lidera o maior movimento de cuidado infantil do mundo, com presença em 137 países, atuando junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo. No Brasil, as mães sociais estão presentes em 12 estados e no Distrito Federal, oferecendo a experiência de viver em família, incluindo atividades rotineiras como reunir-se com as crianças à mesa, brincar e incentivar os estudos. Tudo sempre cercado de um ambiente de muito afeto e carinho.

Marcia Penha da Silva Guedes, de 61 anos, é uma dessas pessoas. Há 5 anos, ela é mãe social em Poá, região metropolitana de São Paulo, e se dedica a acolher cinco crianças com realidades distintas e idades entre 3 e 14 anos, uma delas com deficiência auditiva.

“Foi um acolhimento mútuo. Conheci a Aldeias Infantis SOS num momento muito delicado da minha vida. Minhas filhas já haviam constituído suas famílias e eu buscava encontrar um trabalho para manter a minha casa. Vim disposta a oferecer amor e carinho e recebi o mesmo sentimento desses meninos e meninas”, conta emocionada.

Já em Goioerê, no interior do Paraná, o desejo de ser mãe surgiu há mais de 30 anos, quando Vera Alice Simões, então com 23 anos, fez de seu sonho de infância uma profissão. Hoje, apesar de aposentada, ela ainda carrega a emoção de ter cuidado de mais de 45 crianças e jovens. Muitos deles se tornaram independentes, constituíram suas famílias e tiveram filhos, que mantiveram a ligação com ela e retribuem o carinho recebido a chamando de avó.

“É uma emoção muito grande fazer parte da vida de tantas crianças e adolescentes. Mesmo aposentada, eles se mantêm conectados comigo”, resume Vera.

Para realizar esse trabalho, Marcia, Vera e as todas as mães sociais recebem um intenso treinamento e apoio de psicólogos, educadores, assistentes sociais, que atuam na retaguarda da assistência oferecida pela Aldeias Infantis SOS. As mães sociais são profissionais com carteira assinada, que acompanham e apoiam o desenvolvimento das crianças e adolescentes para que se tornem adultos independentes e responsáveis no futuro. 

“Somos uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, jovens e adolescentes. As mães sociais contribuem diretamente na obtenção da autonomia desses meninos e meninas e na reintegração à sua família de origem ou substituta”, resume Alberto Guimarães, gestor nacional da Aldeias Infantis SOS.

Dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), do Conselho Nacional de Justiça, estimam que mais de 29 mil crianças e adolescentes estão em Serviços de Acolhimento. Hoje, sob os cuidados da Aldeias Infantis SOS, são mais de 415 acolhidos em 58 projetos pelo Brasil.

A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. A organização lidera o maior movimento de cuidado infantil do mundo e atua junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de dar resposta a situações de emergência. 

Fundada na Áustria, em 1949, está presente em 137 países. No Brasil, atua há 55 anos e mantém mais de 80 projetos, em 31 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer cuidados alternativos para crianças e jovens que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha. 

Para saber mais: www.aldeiasinfantis.org.br