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Em junho de 2022, o DACA – programa criado para proteger da deportação e oferecer emprego a imigrantes que chegaram aos EUA ainda crianças – completa 10 anos e tanto o governo quanto os “sonhadores” seguem sem saber qual será o futuro do programa.

Assinado pelo ex-presidente Barack Obama através de uma ação executiva no dia 15 de junho de 2012, o programa exige que os beneficiários renovem o status de dois em dois anos e, por si só, não oferece um caminho para a cidadania. Durante a administração Trump, o programa correu risco de ser encerrado definitivamente, mas a decisão final da época determinou que só seriam aceitas renovações, levando ao fim novas inscrições de “sonhadores”.

Uma versão mais recente do programa, que daria uma via legal, é apoiada pelo presidente Biden e pela vice-presidente Harris, mas está paralisada no Senado há mais de um ano. 

Para a advogada de imigração e fundadora do Castro Legal Group, Renata Castro, esses jovens não têm culpa das consequências de terem chegado aos EUA ainda na infância e merecem dignidade. “Eles falam inglês e são bem integrados à comunidade americana. Portanto, merecem uma ação efetiva por parte do Congresso e do Senado que resulte em uma reforma imigratória beneficente para eles. Nenhum resultado é suficiente, fora a aprovação de um Green Card”.

Em comunicado divulgado na última quarta-feira (15), a Casa Branca divulgou uma série de contribuições econômicas e realizações educativas dos usuários do DACA. Entre elas, o poder de compra significativo: “os Dreamers possuem mais de 68.000 casas em todo o país, contribuem anualmente com $760 milhões em pagamentos de hipotecas e $2,5 mil milhões em pagamentos de rendas, e pagam $6,2 mil milhões em impostos federais e $3,3 mil milhões em impostos estaduais e locais todos os anos”, apontou a Casa Branca.

Renata Castro ainda alertou que vários jovens portadores do DACA se tornam “acomodados” e não buscam alternativas imigratórias que ficam disponíveis: “Vejo isso diariamente no escritório e clamo que procurem assessoria jurídica para explorar suas possibilidades”, disse.

Segundo a Casa Branca, dos mais de 800 mil beneficiados pelo programa de 2012, 76 mil conquistaram um Green Card e aproximadamente 4 mil tornaram-se cidadãos naturalizados.

Pelo Twitter, o presidente Joe Biden celebrou o impacto transformador que o programa teve em centenas de milhares de jovens e disse que “é hora do Congresso tornar isso permanente”.