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Consumo de chás no Brasil cresce acima da média mundial

Os brasileiros têm investido no consumo de chás, em detrimento de refrigerantes. O movimento, que faz parte de uma busca por alternativas mais saudáveis, é demonstrado por dados de um balanço realizado pela Euromonitor International: segundo a análise, o consumo de chá no Brasil cresceu 25% entre 2013 e 2020, quase o dobro da média mundial, de 13%.

O consumo regular de bebidas gaseificadas no país, por sua vez, apresentou queda de 53% entre 2007 e 2018. Indicativos da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que, entre 2009 e 2018, o consumo de refrigerantes caiu em todas as classes de renda.

Gislainne Couto, especialista em chá, CEO e founder da Chanoyu Collection – e-commerce que atua com a venda de chás, blends, shots e utensílios – afirma que o aumento no consumo de chás tem um impacto positivo no país. “A cultura do chá, incutindo a ideia de pureza e harmonia, surgiu no Oriente e se expandiu pela Europa até chegar à América. Com a globalização interconectando culturas, isso foi acelerado”.

Além disso, o chá – que já foi usado para tratamentos médicos – passou a fazer parte de um entretenimento refinado, conquistando profissionais de saúde em todo o mundo e passando a fazer parte da rotina de pessoas que buscam a famosa “health life”, explica. “O Brasil tem acompanhado esse movimento global, em que o foco é a saúde, e o chá, como uma bebida com inúmeros nutrientes e que proporciona uma vida saudável, com bem-estar e autocuidado, não poderia ficar de fora”.

Gislainne Couto complementa que o autocuidado vem sendo recomendado por profissionais de saúde e incorporado no dia a dia do brasileiro. “É o chá fazendo parte do processo de mudança do brasileiro que busca hábitos mais saudáveis e almeja qualidade de vida”.

De fato, uma pesquisa realizada pela WW, em parceria com a Kantar revelou que a maioria dos brasileiros pretende investir em vida saudável e bem-estar em 2022. Segundo o estudo, que entrevistou 14.506 pessoas, entre 18 e 69 anos, em 15 países, a busca por um estilo de vida mais saudável está entre as principais metas para este ano para 91% dos cidadãos. Em outros países, este percentual é de 78%.

A especialista em chá observa que, quando o assunto é saúde, as pessoas não devem ficar limitadas apenas à saúde física. “No momento pós-pandemia, a preocupação com a saúde mental foi destaque mundial, trazendo mudanças no perfil social e um despertar para outras prioridades que haviam sido adormecidas com a intensidade de trabalho e obrigações”. 

Com efeito, um trabalho desenvolvido por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) com 425 pacientes, que superaram os estágios moderados e graves da infecção por Covid-19, descobriu que uma grande parcela dos sobreviventes desenvolveu déficits cognitivos e transtornos psiquiátricos. A análise detectou a prevalência de distúrbios como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático após a recuperação. 

A volta das rodas de chá

Para concluir, a CEO e founder da Chanoyu Collection afirma que, para além da questão dos benefícios à saúde, há uma questão sociocultural também envolvida nas chamadas “rodas de chá”, que têm se tornado tendência. Isso porque, em meio a uma enxurrada de notícias trágicas, a necessidade de um momento “off” para descanso e reflexão veio à tona.

“Essa necessidade [de um momento de pausa] já era valorizada na cultura oriental, com o momento do chá. A cerimônia conhecida como Chanoyu, por exemplo, é uma das principais tradições japonesas. O momento pode ser individual, apenas para apreciar a beleza do simples ou social, para reunir amigos e abstrair os problemas do dia”, complementa.

Para mais informações, basta acessar: https://www.chanoyucollection.com.br/ ou https://www.instagram.com/chanoyucollection/

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