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Os tokens não fungíveis (NFTs) viraram uma “febre” no mercado financeiro e, assim como os criptoativos, estão na mira do Fisco. Por serem investimentos declaráveis e que seguem as regras da Receita Federal como qualquer outro, devem constar no IR 2022 na Ficha “Bens e Direitos”. Nesta aba o contribuinte deve selecionar na ficha o grupo Criptoativos e, em seguida, informar o código mais adequado para o tipo de ativo digital a ser declarado.

Juliano Garrett, diretor da Consultoria Federal da Econet Editora, explica que que a Receita Federal passou a ter um controle maior sobre operações com criptoativos com a publicação da Instrução Normativa n° 1.888/2019 – quando o valor mensal das operações ultrapassar R$30 mil.

Quem realizou operações em Bolsas de Valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas também é obrigado a apresentar a Declaração de Ajuste Anual. É que os pagamentos de IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) realizados na Bolsa de Valores estão vinculados ao CPF e se o contribuinte for pego na malha fina os riscos são grandes. As regras variam conforme o tipo de operação e apesar da obrigatoriedade de declarar todos os ganhos nos mercados de ações, nem todas as negociações estão sujeitas ao IR e geram impostos.

“É consenso que a pandemia mudou o comportamento das pessoas. Uma das lições deixadas pela crise sanitária é a necessidade de poupar dinheiro para atravessar com saúde financeira períodos de vacas magras. A renda de muitas famílias foi afetada em razão da paralisação do comércio, do setor de serviços e escolas, além das demissões causadas pela crise econômica desencadeada pela Covid-19. Quem perdeu o emprego também buscou maneiras de investir o valor da rescisão contratual para além da poupança”, afirma Garret.  

Novos investidores

A pesquisa Letramento Financeiro – Medindo Percepções e Hábitos Financeiros Entre os Brasileiros, realizada em 2020 pelo Instituto Locomotiva em parceria com a Xpeed, um braço de educação financeira da Xp Investimentos, comprova que a pandemia colocou o investimento em pauta na vida dos brasileiros.

O estudo contou com 1501 participantes e 50% dos entrevistados responderam que a pandemia os incentivou a aprender coisas novas. Outros 41% afirmaram que passaram a pesquisar mais sobre assuntos financeiros.

O levantamento também apontou que 47% dos respondentes passaram a fazer mais planos sobre o futuro em razão da pandemia; 48% passaram a economizar mais; e 49% passaram a comprar menos bens de alto valor.

 Além de angariar um novo público para o mercado financeiro, a pandemia mudou o perfil do investidor. Parte deles chegou à Bolsa de Valores. O estudo “A Descoberta da Bolsa Pelo Investidor Brasileiro” indica que esse grupo é composto por brasileiros de 25 e 34 anos (42%), seguido pela faixa etária de 18 a 24 anos (26%) e 35 a 44 anos (22%).

 O levantamento também avalia o amadurecimento dos investidores, que buscaram mais informações a respeito do assunto, aumentaram o apetite ao risco e analisaram estratégias de médio e longo prazo.