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Em todo o mundo, já existem mais de três milhões de robôs operando em fábricas e pelo menos US$ 13,2 bilhões foram gastos nos últimos anos em novas instalações utilizando esse tipo de tecnologia. Pelo menos 76% desses investimentos foram feitos por cinco países: China, Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha. As indústrias automotiva, elétrica, eletrônica e metálica são as que mais investem no uso de robôs em seus parques industriais.

Os dados são da pesquisa “2021 World Robot Report”, da Federação Internacional de Robótica (IFR, da sigla em inglês), divulgado no final do ano passado a partir de dados de 2020. O primeiro ano da pandemia da Covid-19 foi desafiadora em todo mundo, mas, segundo o relatório, aquele ano foi terceiro melhor para a indústria robótica desde 2018, com um aumento de 10% em novas unidades instaladas.

Em relação ao número de robôs a cada 10 mil trabalhadores atuando em parques fabris, a média global é de 126 unidades. A Coreia do Sul lidera com 932 robôs para cada 10 mil funcionários. Já o Brasil possui nove robôs para esse contingente de trabalhadores atuando na indústria. O país, segundo a IFR, apesar da pequena quantidade de uso de robôs, teve um crescimento de 3% do uso dessa tecnologia desde 2015 e é considerado um mercado emergente na América Latina.

Para o tecnólogo em automação e programador de robôs, Ricardo Echer Neto, o aumento do uso de robótica na indústria brasileira será capaz de contornar a escassez de habilidades, aumentando assim a capacidade e qualidade da produção. Segundo ele, o investimento em robótica possibilitará à indústria a criação de produtos mais sofisticados, resultado também em geração de emprego para profissionais qualificados nessa área.

“Como resultado da robotização de linhas industriais, o aumento da produção final garante maior controle e automação dos processos para as corporações que investem nos recursos da robótica para conquistar maior vantagem competitiva por meio de tecnologias de ponta, otimizadas e muito eficientes”, explica.

Echer Neto explica ainda que a introdução de robôs nas linhas de produção garante, além do aumento da produtividade e eficiência dos processos, mais segurança aos trabalhadores. “Com os robôs, é possível diminuir o contato direto e esforço repetitivo, trazendo uma qualidade de vida melhor ao funcionário e aumento da produção, visando melhorias no aspecto de ergonomia também”, atesta.

Chegada da Internet 5G pode acelerar automação industrial no Brasil

Com o uso de robôs e da automação ainda em estágio inicial no Brasil, se comparado aos países que mais investem nesse tipo de tecnologia, uma esperança de modernização dos parques industriais é a chegada da internet 5G, segundo a avaliação de Ricardo Echer Neto, que tem mais de 12 anos de experiência na área. A internet mais rápida deverá impulsionar a chamada Indústria 4.0.

“A chegada da tecnologia 5G pode trazer grandes mudanças impactando comportamento de usuários, indústria, mercado, multiplicando a velocidade das conexões e impulsionando inovações e mudanças de hábitos”, opina.

De acordo com o profissional, além da possibilidade de montar fábricas inteligentes, operadas por robôs de alta precisão, a tecnologia 5G vai impactar várias outras áreas, com avanços para toda sociedade. “Poderemos ter em um futuro próximo o gerenciamento de cidades inteligentes, melhorias na comunicação, preservação de energia elétrica, tornando cidades ambientalmente sustentáveis, além de melhorias na assistência médica, com diagnósticos realizados por equipamentos inteligentes de altíssima confiança”, conclui.

Ásia ainda é o principal mercado para robótica

A pesquisa 2021 World Robot Report mostrou que países da Ásia lideram o mercado de robôs industriais. Em 2020, 266.452 novas unidades foram instaladas, o que representa um crescimento de 7% em relação a 2019, quando existiam 249.598 unidades de robôs instalados nas indústrias.

O país com a maior densidade de robôs utilizadas na manufatura é a Coreia da Sul, que ocupa a primeira posição desde 2010. O número de robôs do país excede em sete vezes a média global, com 932 robôs em operação para cada 10 mil trabalhadores. O aumento de unidades aumenta, em média, 10% ao ano desde 2015. Com uma indústria eletrônica mundialmente reconhecida, assim como sua indústria automotiva, a economia do país é baseada em duas áreas que mais demandam o uso de robôs industriais.