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O XI Seminário Nacional de Saneamento Rural e o XIII Seminário de Gestão dos Sisars e Centrais, realizados de 6 a 8 de agosto no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), em Caetité, reuniram gestores públicos, sociedade civil e especialistas para discutir os avanços e desafios do saneamento rural no Brasil. Com o tema “O Saneamento Rural escrevendo sua história: Gestão Participativa e Compromisso Social”, os eventos promoveram a troca de experiências e o debate sobre políticas públicas para o setor. Foram registrados 384 participantes presentes, de 16 estados, contando a Bahia e o Distrito Federal.

A realização é uma iniciativa da Câmara Temática de Saneamento Rural da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), em parceria com as Centrais de Associações Comunitárias para Manutenção dos Sistemas de Saneamento da Bahia e os Sistemas Integrados de Saneamento Rural (Sisars) do Ceará, Piauí e Pernambuco.

Representando a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), o diretor-geral Alexandre Simões destacou o compromisso da instituição com o fortalecimento da gestão participativa no saneamento rural. “A CAR tem um papel importante no fortalecimento do saneamento rural da Bahia. Estamos empenhados em garantir a liberdade e a dignidade das populações rurais através do apoio ao acesso à água potável e ao saneamento básico”, afirmou.

Sara Pereira dos Santos, presidente da Central de Associações Comunitárias de Caetité, enfatizou a importância da participação das mulheres na área de saneamento. “Discutir as melhores práticas para promover o saneamento rural é extremamente importante para o desenvolvimento dos municípios. Apenas por meio de parcerias efetivas conseguiremos avançar com o saneamento rural”, disse.

Reconhecimento da evolução da identidade rural

A engenheira Mônica Bicalho, coordenadora da Câmara Temática de Saneamento Rural da ABES, reconhece a evolução da identidade rural e a necessidade de se comprometer com a responsabilidade social e ambiental. “Hoje, existe uma nova identidade rural que exige compromissos com responsabilidade social e ambiental, melhores padrões de serviços e sustentabilidade. Estamos no caminho certo e é importante reconhecer o esforço de todos os envolvidos”, declara.

Segundo a Mônica, as equipes da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (CERB) e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) tiveram uma atuação destacada nestes eventos, contribuindo significativamente para seu sucesso. “Promover esses eventos de saneamento rural é fundamental, pois a interação entre os participantes proporciona um valioso intercâmbio de conhecimentos, especialmente para os representantes das associações comunitárias, que muitas vezes não têm a oportunidade de sair de seus estados. Isso lhes permite trocar experiências. Contamos com a participação de representantes dos Sisars do Ceará, Pernambuco e Piauí, o que incentivou algumas autoridades desses estados a reforçarem seu compromisso com o tema”, ressalta a coordenadora.

Mônica Bicalho destaca a participação dos bancos de fomento como um fator decisivo para alcançar os objetivos do evento. “O Banco Mundial, representado por Juliana Garrido, tem participado ativamente de todos os eventos relacionados ao saneamento rural desde 2008, quando ocorreu o primeiro em Belo Horizonte. A Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), sob a liderança de Dominique Hautbergues, que fundou o primeiro Sisar no Ceará, expressou surpresa com a evolução dos Sisars ao longo dos anos. Além disso, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com Gustavo Mendez, também trouxe sua expertise para enriquecer o propósito do evento. Esses três bancos estão comprometidos em financiar a implantação de mais sete centrais na Bahia”, comenta Mônica.

Para a engenheira, esta edição do seminário destacou-se por seus painéis abrangentes, contando com especialistas do Ministério das Cidades, presidentes de associações e operadores de sistemas. Um diferencial significativo da realização, segundo Mônica, foi a roda de conversa entre membros das próprias associações. “Essas rodas de conversa foram fundamentais para discutir os problemas e as capacidades das associações, especialmente considerando as dificuldades que elas enfrentam para participar das reuniões, entre outros desafios”, salienta.

Mônica Bicalho também informa que nesta edição foi possível integrar os diversos conteúdos apresentados com atividades lúdicas, o que favoreceu uma excelente interação entre todos os participantes. Ela também ressaltou a infraestrutura de alta qualidade e o profissionalismo dos organizadores e parceiros.

A próxima edição do evento, em 2026, será no Piauí. Em breve serão divulgadas as informações.