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O conceito de finanças embutidas (embedded finance) está transformando rapidamente o cenário do mercado de pagamentos. O termo se refere à integração de serviços financeiros em plataformas não financeiras, permitindo que empresas de diversos setores ofereçam soluções bancárias e de pagamento diretamente aos seus clientes.

Na prática, isso significa que é possível, por exemplo, que um salão de beleza ou um pequeno comércio, tanto o físico quanto o digital, comercializem desde micro-seguros e empréstimos pessoais, até contas digitais e softwares de automação para pequenos negócios, além dos bens que tradicionalmente já vendiam. Em troca, ficam com um percentual da venda.

Um dos principais motores dessa mudança é a tecnologia. Com o avanço de APIs (interfaces de programação de aplicativos) e a crescente digitalização de serviços, tornou-se mais fácil para empresas de todos os tamanhos e atividades incorporar funcionalidades financeiras em seus aplicativos, sites e sistemas de meios de pagamento. Trata-se de uma inovação que promete simplificar transações e também criar novas oportunidades de negócios e melhorar a experiência dos consumidores.

Um dos grupos empresariais que vêm explorando essa tendência é o Grupo Entre, um ecossistema de empresas com foco no mercado de meios de pagamento, serviços digitais agregados e soluções financeiras. Fundada em 2016, por profissionais com mais de 30 anos de experiência no mercado financeiro, o grupo surgiu com o propósito de ser um facilitador de negócios, levando inovação e soluções com maior agilidade às empresas, diz seu CEO e fundador, Antonio Freixo, o Mineiro. 

Segundo ele, o grupo tem hoje como peça central a EntrePay, de adquirência, que habilita outras empresas financeiras e de varejo a atuarem em meios de pagamento com maquininhas de marca própria. Por meio das maquininhas dessas empresas parceiras, o grupo oferece uma série de produtos e serviços, que vão desde novas soluções de pagamento, como o Pix parcelado, até o crédito P2P (entre pares, sem a intermediação de um banco), microsseguros e plataformas de automação da gestão para pequenos negócios.

“Acreditamos que as finanças embutidas vão transformar radicalmente o mercado de meios de pagamentos, hoje muito baseado apenas na cobrança de taxas sobre as transações dos clientes, e torná-lo mais competitivo e inclusivo”, afirma Freixo. “Pequenos empreendedores poderão ter renda extra e maior acesso a serviços financeiros, mesmo em regiões longe dos grandes centros, nas quais hoje há menos opções”, avalia.

Essa tendência não é apenas conveniente para os consumidores, mas também oferece vantagens significativas para as empresas. Ao oferecer serviços financeiros diretamente, as empresas podem aumentar a fidelidade do cliente, coletar dados valiosos sobre os hábitos de consumo e criar novas fontes de receita. 

De acordo com um estudo da consultoria Deloitte, as finanças embutidas deverão movimentar cerca de R$ 24 bilhões, até 2026, redefinindo a competitividade no setor de meios de pagamento, permitindo que as empresas diversifiquem suas fontes de receita e oferecendo aos consumidores novas opções de serviços.