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Segundo um levantamento da Microsoft, somente 18% dos graduados em ciência da computação no Brasil são do sexo feminino.

Além disso, de acordo com a mesma pesquisa, o número de mulheres empregadas no setor de TI no país está estimado em apenas 25%.

Para Mariel Reyes Milk, fundadora e CEO da {reprograma}, startup social paulistana, que visa capacitar mulheres em programação front-end e back-end e conectá-las ao mercado de trabalho, a equidade de gênero no setor está ligada à uma questão cultural.

Afinal, os estereótipos são incorporados desde cedo, fazendo com que as garotas acreditem que não são boas para as exatas, logo cria-se um intelecto de que computador é apenas para meninos.

Várias histórias servem para exemplificar que as lutas das mulheres por igualdade de gênero não são de agora , muitas das conquistas demoraram para chegar.

Ao longo dos anos, as mulheres alcançaram direitos sociais, políticos e trabalhistas, por meio de movimentos reivindicatórios no Brasil. Em 1879, por exemplo, elas ganharam direito de cursar faculdades, outra conquista aconteceu em 1932, quando a Constituição Federal Brasileira passou a permitir que as mulheres votassem, após uma luta de mais de 10 anos liderada pela ativista e bióloga Berha Lutz”, comenta Reyes. 

Atualmente, ainda há obstáculos a serem superados, principalmente na igualdade de gêneros no mercado de trabalho, principalmente na área de tecnologia.

Abaixo, Mariel cita cinco dicas que podem ajudar as mulheres a ingressarem na carreira de T.I e a conquistarem sua independência.

  • Acreditar na capacidade: o primeiro passo é trabalhar a “síndrome do impostor”, que está ligado ao fato das mulheres não acreditarem na capacidade delas em aprender a programar, além de se enxergarem como profissionais, por isso, é muito importante trabalhar esse mindset. 
  • Ter referências femininas: é importante que as mulheres tenham modelos que elas se identifiquem e se inspirem, pois referências podem servir de espelho para que elas possam alcançar o sucesso profissional. Na {reprograma}, temos ex-alunas que se tornaram professoras e monitoras dos cursos de back e front-end, que ensinam e influenciam positivamente essas mulheres.
  • Ambiente sem julgamentos: ao procurar por vagas na área de T.I, as mulheres devem buscar por empresas que tenham como valor a diversidade, desta forma, haverá um ambiente seguro, onde elas podem aprender e fazer perguntas sem julgamentos. 
  • Sororidade: promover a possibilidade de mulheres se apoiarem umas às outras é essencial, pois através disso elas entendem que não estão competindo entre si, e que juntas podem chegar mais longe, afinal, o apoio feminino é importante em um ambiente que, ainda, não é igualitário pelo grande volume de cadeiras ocupadas por homens na área de T.I.
  • Rede de apoio:  após a formação na área de T.I, por meio de um curso técnico ou graduação, é importante manter e criar novas conexões com as mulheres, pois ao longo do caminho podem surgir dúvidas sobre o mercado de trabalho, a troca de experiências e o compartilhamento de vagas na área. 

As ex-alunas da {reprograma} após o término dos cursos, são inseridas em grupos como o Slack e Telegram, no qual fazem parte também professoras e monitoras para ajudá-las até a colocação no mercado de trabalho e a troca de informações importantes na área de T.I, como uma comunidade. 

Iniciativas sociais na área de T.I 

Em meio a um cenário de obstáculos na área de T.I, principalmente para as mulheres, é  importante que haja iniciativas sociais que auxiliem na formação e empregabilidade do público feminino. 

Um dos objetivos da {reprograma} é aumentar o volume de cadeiras ocupadas por mulheres na área da tecnologia, com isso, a startup oferece as competências necessárias para que elas ingressem no mercado de trabalho, por meio da formação dos cursos de back e front-end. 

A CEO da {reprograma} explica que durante o programa as alunas têm a possibilidade de conhecerem, por meio de mentoras, eventos e convivência, outras mulheres na área da tecnologia que estão dispostas a compartilharem todo o conhecimento que elas detêm, etc.

Com isso,  as alunas são encorajadas a enfrentar os obstáculos de um setor, que por enquanto, é predominantemente ocupado por homens, a mudarem suas vidas por meio da tecnologia. 

Até o momento, mais de 700 mulheres já se formaram em cursos de back e front-end da startup paulistana. 

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