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Prática “Bring your own device” pode afetar a cibersegurança

Prática “Bring your own device” pode afetar a cibersegurança
Prática “Bring your own device” pode afetar a cibersegurança

Com a transformação digital, o uso de dispositivos móveis para atividades diárias tem crescido exponencialmente. Segundo o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.BR), 95% da população tem acesso à internet, e 84% dessas pessoas mantêm uma alta frequência de conectividade. Diante desse cenário, o uso de ferramentas que facilitem a mobilidade não apenas na vida pessoal, mas também no ambiente profissional, tornou-se uma tendência crescente.

A prática de Bring Your Own Device (BYOD) permite que colaboradores utilizem seus dispositivos eletrônicos pessoais para acessar os sistemas corporativos. De acordo com estudos do ICMP, no Brasil, essa prática começou a se intensificar em 2018, mas ganhou popularidade durante a pandemia de COVID-19, devido à necessidade de distanciamento social e adaptação ao trabalho remoto.

Durante a pandemia, um estudo da TechJury apontou que 67% das pessoas utilizam dispositivos móveis para fins profissionais. O levantamento também revelou que 87% das empresas pesquisadas dependiam da conectividade de seus colaboradores para manter o fluxo operacional. Como resultado, 69% dos líderes empresariais se mostraram favoráveis ao uso de dispositivos pessoais para atividades corporativas, tornando a implementação do BYOD inevitável para muitas organizações.

No entanto, especialistas em tecnologia alertam para os riscos associados a essa prática. A Trend Micro, por meio do estudo Head in the Clouds, destacou que 70% dos trabalhadores remotos globais conectam seus laptops corporativos à rede doméstica, aumentando o risco de infecções por malware serem transferidas para o ambiente corporativo.

A Acronis, empresa global de cibersegurança, divulgou no seu Relatório de Ameaças Cibernéticas do primeiro semestre de 2024 um aumento significativo nas ameaças de malware em aplicativos de colaboração corporativa. Esse crescimento inclui falhas de segurança cibernética em diversas plataformas digitais, com ataques realizados por e-mail, uso indevido de Inteligência Artificial e acessos a links maliciosos.

Gaidar Magdanurov, presidente da Acronis, destaca que o aumento das atividades fraudulentas no ciberespaço é um alerta claro para o fortalecimento das defesas de segurança. Ele reforça a importância de uma orientação corporativa rigorosa sobre boas práticas digitais, como forma de proteger e mitigar vulnerabilidades cibernéticas.

No debate sobre a implementação do BYOD nas organizações, Deborah Palacios Wanzo, presidente e cofundadora da tuvis, empresa israelense especializada em cibersegurança e conformidade para aplicativos de mensagens como o WhatsApp, afirma: “Dispositivos eletrônicos devem ser acompanhados por soluções tecnológicas que garantam a integridade dos serviços”. A tuvis desenvolveu soluções que previnem o vazamento de dados sensíveis e integram o WhatsApp a sistemas de CRM, arquivando automaticamente as interações durante as conversas.

Para Deborah, o BYOD oferece vantagens como a redução de custos e a facilidade de adaptação dos colaboradores aos seus próprios dispositivos. No entanto, ela ressalta a importância de garantir a segurança e a conformidade digital diariamente. Segundo ela, essa prática pode aumentar a exposição a riscos de vazamento de dados corporativos e gerar complicações jurídicas que, a longo prazo, podem prejudicar o desenvolvimento da empresa: “É essencial que as empresas imponham limites claros para o uso do BYOD, orientando as equipes sobre a utilização das plataformas corporativas e integrando sistemas de proteção contra atividades de risco”, conclui.

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