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No Brasil, 95% das empresas pagaram mais impostos do que deveriam em 2022, revela um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e repercutido pelo portal de notícias O Estado CE. 

Um dos motivos para isso ter acontecido, segundo a análise, está ligado à complexidade tributária do país, com milhares de normas em vigor. Wallisson Deziderio, CEO da Billion Contabilidade e contador de formação, afirma que a porcentagem é um reflexo do que se vê no dia a dia das empresas.

“A complexidade tributária faz com que tenhamos várias interpretações diferentes sobre o mesmo imposto. O fato de ter muitas contabilidades bem conservadoras faz com que esse percentual fique tão alto”, afirma Deziderio. 

Ele considera ainda que muitos negócios têm dificuldade de analisar corretamente o imposto de cada mercadoria – há setores que comercializam até 13 mil produtos, o que acaba gerando cálculos incorretos de tributação, exemplifica.

“A dificuldade se dá devido à complexidade tributária. No Brasil, são editadas 700 normas por dia. De 1988 até o exato momento, foram editadas 5,2 milhões de normas. Para acompanhar tais mudanças, uma das alternativas é fazer uso da tecnologia e muitas empresas não priorizam o investimento nessa área”, aponta.

Com a reforma tributária, promulgada em dezembro de 2023, Deziderio diz que haverá amplas mudanças, mas alguns pontos continuam essenciais para garantir o correto recolhimento de impostos por parte de negócios.

O primeiro passo, segundo ele, é fazer um planejamento tributário. Isto é, analisar profundamente a operação do negócio. Quem são os clientes, onde estão localizados os fornecedores, qual a projeção de faturamento, quais os insumos, entre outros. Após levantar todos os dados necessários, fazer uso da tecnologia junto à legislação vigente.

“Uma contabilidade que investe em inteligência artificial (IA) e é especialista em redução tributária pode fazer com que empresas consigam margem de lucro maiores em comparação com as que economizam nessa área”, acrescenta.

Recuperação de impostos

Deziderio diz que as empresas podem recorrer ainda à recuperação de impostos. Como o próprio nome diz, é um processo no qual busca-se reaver valores pagos ao governo indevidamente ou em quantidades maiores do que o necessário.

Para ilustrar como funciona uma recuperação de imposto, ele apresenta o exemplo da Billion Contabilidade.

“A Billion analisa os últimos cinco anos das empresas. A IA faz um levantamento de todos os produtos ou serviços do cliente, os créditos que não foram utilizados nas operações são recuperados e o cliente pode receber os valores em conta corrente bancária ou compensá-los nos impostos a vencer”, esclarece.

Deziderio chama a atenção, ainda, para o receio que muitos negócios têm de sair do regime de tributação do Simples Nacional e ir para o lucro real.

“O lucro real demanda um esforço maior do cliente e da contabilidade, porque o imposto é calculado sobre o lucro. Porém, a contrapartida disso é uma economia para negócios com margem de lucro menores e muitas compras de mercadoria ou contratações de serviços”, salienta.

Já no Simples Nacional, o imposto é sobre o faturamento, ou seja, o valor total das vendas ou dos serviços prestados, mesmo que no final das contas o negócio não tenha lucro ou apresente prejuízo. Além disso, a alíquota é progressiva, aumentando conforme o faturamento. 

“Isso faz com que o Simples Nacional torne-se desvantajoso em alguns casos”, finaliza Deziderio.

Para saber mais, basta acessar: https://www.billioncontabilidade.com.br/