Os avanços no campo da ciência vêm promovendo uma verdadeira corrida por inovações no combate ao câncer. Atualmente, um dos tratamentos mais revolucionários é o Car-T Cell. Esse procedimento teve origem nos Estados Unidos e levou seus desenvolvedores a receberem o Prêmio Nobel de Medicina em 2018.
A técnica consiste na reprogramação de células de defesa chamadas de linfócitos T. Após a sua extração direta do sangue do paciente com câncer, eles são reprogramados em um laboratório para identificar e combater suas células malignas. A partir desse ponto passam a ser chamadas de Car-T Cell. Essas novas células são retornadas para o sangue do paciente como se fosse uma transfusão. É dado o início da batalha contra o câncer.
“O Car-T Cell vem apresentando resultados satisfatórios no combate à leucemia linfoblástica aguda B, ao linfoma não-Hodgkin e ao mieloma múltiplo, mas já existem estudos para o tratamento de outros tipos de câncer. É uma técnica muito recente, mas que já vem se apresentando como promissora”, afirma o hematologista Guilherme Muzzi, mestre em Ciências Aplicadas do Câncer.
Entre 2023 e 2025, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima o surgimento de mais de 11.500 novos casos de leucemia no Brasil. Já o linfoma deverá ter ao todo cerca de 24 mil novos casos no país, somando este e o próximo ano, ainda de acordo com o INCA. Especializado em Car-T Cell pela Universidade de Barcelona, o hematologista aponta que, diante de números tão expressivos, o tratamento pode servir de alento e esperança para pacientes de diversas faixas etárias.
“É uma vantagem do Car-T Cell ser indicado para pacientes de várias idades, especialmente nos casos de reincidência do câncer. Entretanto é preciso ressaltar que, quanto mais rápido for o diagnóstico do tumor, melhores são os resultados com o tratamento inicial. Por ser uma imunoterapia inovadora, não significa que não haja necessidade de trabalhar com a prevenção e o diagnóstico precoce”, afirma Guilherme Muzzi.